Setecidades Titulo Grande ABC
Três crianças são vítimas de acidentes domésticos por dia no Grande ABC
Marília Montich
Do Diário OnLine
13/01/2017 | 18:03
Compartilhar notícia
Divulgação


Na semana passada, um vídeo de um menino de apenas dois anos que conseguiu salvar, sem a ajuda de adultos, o irmão gêmeo após uma cômoda cair em cima dele nos Estados Unidos viralizou. A cena foi captada por câmeras de segurança da casa e mais tarde divulgada na internet. Por sorte, nenhum dos garotos ficou ferido, mas o acidente poderia facilmente ter terminado em tragédia. O fato fez reacender a discussão quanto aos perigos que as casas oferecem aos pequenos e a necessidade de os responsáveis estarem sempre atentos.

Segundo o Corpo de Bombeiros, cerca de 110 mil crianças são hospitalizadas por ano em decorrência de acidente doméstico no Brasil. Apenas no Grande ABC, o 8º Grupamento de Bombeiros registrou o atendimento de 1.332 casos envolvendo crianças no ano passado, o que corresponde a quase quatro ocorrências por dia. As situações mais frequentes costumam ser quedas, afogamentos, engasgamentos, queimaduras, envenenamentos e sufocamentos.

Para evitá-las, algumas dicas que podem ser seguidas. De forma geral, as principais são supervisionar constantemente e de forma ativa as crianças e preparar o ambiente para que elas fiquem seguras. “Assim, é possível deixar que a criança brinque e explore livremente a casa, o que é muito importante para o seu desenvolvimento pleno e saudável. É importante frisar que cair e se ralar faz parte do desenvolvimento das crianças. O que se tenta prevenir são acidentes mais graves, que podem gerar sequelas ou até mesmo morte”, diz Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da ONG Criança Segura.

Cada cômodo deve receber atenção específica. No banheiro, por exemplo, deve-se manter a tampa da privada sempre fechada, se possível lacrada com algum dispositivo de segurança, ou deixar a porta trancada. Na cozinha, o ideal é usar as bocas de trás do fogão e se certificar de que os cabos das panelas estejam virados para dentro para não serem alcançados pelas crianças. Pisos escorregadios e tapetes que oferecem risco de quedas devem ser evitados na sala. É interessante colocar antiderrapante nos tapetes ou retirá-los do ambiente. Já no quarto, o melhor é evitar posicionar camas e qualquer outro móvel perto da janela, uma vez que eles podem ser usados para escalar. Na área de serviço, que abriga diversos produtos químicos, deve-se atentar para a utilização de baldes e bacias, esvaziando-os após o uso e guardando-os virados para baixo e longe do alcance das crianças. Lista detalhada dessas e outras dicas de segurança foi disponibilizada pela ONG e pode ser conferida aqui.

Ter câmeras de segurança em casa, como no exemplo norte-americano citado no início da matéria, também pode ser uma alternativa bacana. “Esses equipamentos são importante mecanismo de monitoramento desde que acompanhados sempre por um adulto. Contudo, as medidas preventivas também devem ser adotadas”, salienta o Capitão Vagner Martins da Silva, chefe da seção de atividades técnicas do Corpo de Bombeiros.

De acordo com Silva, não há uma idade limite específica para monitoramento das crianças, mas segundo dados de especialistas e do portal Brasil do Governo Federal, os acidentes domésticos ainda são principal causa de morte de crianças até 9 anos.

A coordenadora nacional da ONG Criança Segura atenta ainda para a necessidade de redobrar os cuidados com os pequenos em época de férias escolares. “Não há estatística exata que mostre o aumento de acidentes, mas os próprios hospitais relatam mais casos nesse período. Durante as férias, a criança sai de sua rotina padrão, viaja ou passeia para lugares onde existem risco, como piscina e mar, ou fica sob supervisão de algum adulto que não está tão acostumado com ela e tudo isso aumenta a chance de um acidente acontecer”, ressalta.  




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;