Setecidades Titulo Ensino Superior
Alunos ocupam UFABC
por moradia estudantil

Grupo de 50 estudantes promove ato pacífico no
campus Sto.André para cobrar projetos sobre tema

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
16/08/2014 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


Grupo de cerca de 50 estudantes da UFABC (Universidade Federal do ABC) realizou ocupação de área externa do campus Santo André para chamar a atenção da reitoria sobre a necessidade de investir em moradia estudantil. O ato, organizado pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes), em parceria com o DA-SBC (Diretório Acadêmico do campus São Bernardo) e a Associação das Repúblicas, deveria permanecer nas proximidades do restaurante universitário da unidade andreense até a manhã de hoje.

A programação feita pelos alunos contou com cadastramento dos discentes que residem em moradia estudantil, discussões sobre o tema e sobre espaço de vivência na universidade, além de sarau, roda de samba e luau. Acampados em barracas, os jovens aproveitaram o espaço para estender cartazes que pediam por habitação em varais improvisados.

“A moradia estudantil é uma necessidade latente, por isso, estamos em busca do diálogo com a reitoria para que seja encontrado o melhor modelo para atender aos alunos”, explica o presidente do DCE, João Coutinho.

Atualmente, a instituição federal de ensino tem cerca de 200 alunos morando em 50 repúblicas espalhadas nas proximidades dos dois campi. A principal dificuldade, segundo os estudantes, é conseguir administrar o orçamento, tendo em vista o valor recebido por meio da bolsa-moradia (R$ 300) e os altos preços dos aluguéis na região.

“Sabemos que as imobiliárias cobram valores mais caros quando o imóvel será alugado por estudantes e algumas não aceitam fiador de fora da região, o que nos obriga a pagar seguro-fiança”, destaca o aluno do BC&T (Bacharelado em Ciência e Tecnologia) do campus Santo André Rafael Costa e Silva, 25 anos. Para conseguir arcar com os custos do aluguel de R$ 1.500 no bairro Bangu, ele divide a casa com outros seis estudantes.

A também aluna do BC&T em Santo André Marília Leite, 23, ressalta que o aluguel da casa onde mora com outras cinco pessoas, também no bairro Bangu, teve reajuste de 141,6% entre 2008 e 2014. “Não tivemos o mesmo reajuste no valor da bolsa-moradia.”

O reitor da universidade, Klaus Capelle, conversou com os estudantes acampados na tarde de ontem. Segundo ele, a habitação estudantil também é reivindicação da UFABC. O assunto, inclusive, corresponde a compromisso assumido pelo reitor durante campanha eleitoral.

“Estamos elaborando plano para a construção de moradia estudantil, mas isso a universidade não consegue fazer sozinha. Vamos precisar do apoio das prefeituras onde temos campus (Santo André e São Bernardo) e do Ministério da Educação”, destaca. O diálogo com representantes das partes envolvidas está sendo iniciado, segundo o reitor, no entanto, não foi dado prazo para que o projeto seja viabilizado.

Capelle destacou a existência dos programas de permanência estudantil para beneficiar os alunos enquanto os imóveis não se concretizam. São 455 bolsas concedidas atualmente e 6.627 estudantes matriculados na graduação. 




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