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Quarta-Feira, 24 de Abril de 2024

Rainha de todas as mulheres

Musical ‘Elza’ estreia quinta em São Paulo, no Teatro Sérgio Cardoso

Miriam Gimenes
16/06/2019 | 07:51
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Divulgação


Dona de uma voz singular, Elza Soares é inconfundível. E o que a destaca não é apenas o dom artístico, mas também sua história de superação a atitude empoderada que permeou essa trajetória de sucesso. Tudo isso e mais um pouco poderão ser vistos a partir de quinta-feira, às 20h, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, com a estreia em curta temporada do musical Elza. Com texto inédito de Vinícius Calderoni e direção de Duda Maia, o espetáculo tem a direção musical de Pedro Luís, Larissa Luz e Antônia Adnet.

O projeto foi idealizado por Andrea Alves, da Sarau Agência, a partir de um convite da própria Elza e de seus produtores Juliano Almeida e Pedro Loureiro. Em cena, as atrizes (Larissa Luz, Janamô, Júlia Tizumba, Késia Estácio, Khrystal, Laís Lacorte e Verônica Bonfim) se dividem ao viver Elza Soares em suas mais diversas fases e interpretam outros personagens, como os familiares e amigos da cantora, além de personalidades marcantes, como Ary Barroso (1903-1964), apresentador do programa onde se apresentou pela primeira vez, e Garrincha (1933-1983), que protagonizou com ela um notório relacionamento.

“Fazemos uma homenagem à mulher brasileira. Ele não é um musical simplesmente de entretenimento. A gente optou por pegar a vida da Elza e recortar com falas políticas e com ideias que estão sendo discutidas hoje, lincando com o retrocesso que a gente está vivendo com esse desmonte da educação, cultura. Não é biográfico, não é cronológico. Mostramos o quanto a gente precisa mais de amor, mais de alegria, o quanto precisamos viver sem preconceito, o quanto as mulheres precisam ter uma fala que seja mais poderosa e respeitada”, explica a diretora Duda Maia.

Embora a vida da cantora seja marcada por uma série de tragédias pessoais – a morte dos filhos e de Garrincha, a violência doméstica e a intolerância –, a sua jornada é contada com alegria, uma de suas marcas. “A Elza me disse: ‘Sou muito alegre, viva, debochada. Não vai me fazer um musical triste, tem que ter alegria’. Isso foi ótimo, achei importante fazer o espetáculo a partir deste encontro, pois assim me deu base para saber como Elza se via e como ela gostaria de ser retratada”, conta Vinicius Calderoni, que leu e assistiu a infindáveis entrevistas que a cantora deu ao longo da vida e também pesquisou a obra de pensadoras negras, como Angela Davis e Conceição Evaristo, cujos fragmentos de textos aparecem na peça.

O espetáculo foi feito ao longo de um período em que Elza se encontra no auge de uma carreira marcada por reviravoltas e renascimentos. Ao lançar seus últimos dois discos, A Mulher do Fim do Mundo (2015) e Deus é Mulher (2018), a cantora não somente ampliou ainda mais seu repertório e sua base de fãs, como conquistou, mais uma vez, a crítica internacional, e se consolidou como uma das principais vozes da mulher negra brasileira. Não à toa o musical já ganhou quatro troféus do Prêmio Reverência (melhor espetáculo, melhor direção, melhor autor e categoria especial) e o Prêmio da APCA de melhor dramaturgia.

Elza – Musical. No Teatro Sérgio Cardoso - Rua Rui Barbosa, 153, em São Paulo. Estreia dia 20, de quinta, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 17h. Até 14 de julho. Ingressos: de R$ 35 a R$ 150, à venda em www.teatrosergiocardoso.org.br. 




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