Política Titulo Irregularidade
Funcionário fantasma de
São Bernardo é demitido

Diário denunciou domingo irregularidade de
Peixoto; Paço diz que não pagou ex-consultor

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
06/12/2013 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Orlando Peixoto (PSD), funcionário fantasma contratado pelo prefeito Luiz Marinho (PT) para ser consultor de Obras da Prefeitura, foi demitido ontem da administração petista. A exoneração ocorreu após quatro dias de o Diário denunciar a irregularidade praticada pelo pessedista, que ficou no cargo comissionado durante 27 dias.

Por nota, o governo Marinho informou o desligamento do candidato a vereador pelo PSD. “A Prefeitura de São Bernardo informa que, após averiguação, a administração decidiu pela exoneração de Orlando Peixoto.”

A gestão ressaltou ainda que não pagou quantia sequer ao pessedista, contratado no dia 8 com salário de R$ 8.079,17 mensais.

No domingo, o Diário revelou que Peixoto, em vez de averiguar andamento de obras públicas pela cidade, passava boa parte do dia em seu escritório particular de contabilidade, no bairro Taboão.

A rotina do contador foi acompanhada de perto pelo Diário durante uma semana, em diferentes horários. Peixoto foi flagrado várias vezes entrando ou saindo da sala comercial, conversando com munícipes ou atendendo clientes. Tudo em horário de expediente – ele foi admitido para exercer sua função comissionada por 40 horas semanais (ou oito horas diárias).

Na segunda-feira, Marinho declarou que iria apurar a conduta do servidor. Processo que levou quatro dias. Período esse em que o prefeito não mais se pronunciou sobre o caso. A decisão de demissão de Peixoto deve ser publicada hoje, no Diário Oficial do município.

Peixoto foi admitido por acordo direto com o prefeito, segundo o presidente da comissão provisória do PSD de São Bernardo, Fábio Landi. Na eleição do ano passado, ele recebeu 2.492 votos, ficando na primeira suplência da legenda, que elegeu dois parlamentares: Landi e Rafael Demarchi.

Na sexta-feira, ao Diário, Peixoto afirmou que passava em seu escritório apenas em horário de almoço; disse que sua função não era interna, e sim de fiscalização de obras; e garantiu que diversas vezes passava do horário de expediente por conta do trabalho. “Não fico sentado dentro da Prefeitura. Sou consultor de Obras, por isso fico fora um bom tempo. Não tenho horário específico para ficar na Prefeitura”, comentou, à ocasião.

O pessedista já era cotado para ser candidato a deputado estadual pela sigla em 2014, projeto idealizado pelo ex-prefeito paulistano e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. O cenário, porém, deve se alterar, de acordo com previsão de Fábio Landi.

O agora ex-consultor de Obras da Prefeitura de São Bernardo também está perto de responder partidariamente pela conduta no governo Marinho. A cúpula estadual do partido não descarta incluí-lo na comissão de ética, que estipulará uma punição. Que pode variar de uma simples advertência à expulsão.

Ilegalidade parecida ocorreu na gestão petista em 2011

Em julho de 2011, outro funcionário fantasma do governo de Luiz Marinho (PT) foi flagrado. Josias João de Paz era servidor da Secretaria de Esportes, mas trabalhava na Padaria Branca de Neve, cujo proprietário era Toninho Tavares, então secretário adjunto de Esportes.

O caso resultou nas demissões de Josias e de Toninho Tavares, irmão do hoje vereador José Walter Tavares (PCdoB). Também virou alvo de investigação no Ministério Público, uma vez que a administração petista depositou os R$ 3.389 de salários para que o funcionário atuasse no estabelecimento comercial de seu patrão direto no governo municipal.

À ocasião, Luiz Marinho justificou a exoneração porque Josias não cumpria sua função adequadamente e que a “administração não compactuava com esse tipo de comportamento”.




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