Após completar sábado em Pernambuco primeira agenda oficial como candidata à Presidência pelo PSB, a ex-senadora Marina Silva visitou ontem o CTN (Centro de Tradições Nordestinas), em São Paulo, e frisou que o Programa Bolsa Família “não é de partido” ao condenar uso político do projeto, implantado em 2003, no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Nosso compromisso é de manutenção. Queremos que seja programa de Estado, de governo e não de partido. É conquista da sociedade.”

Adotando discurso semelhante ao do postulante do PSDB, senador Aécio Neves, a socialista prometeu dar continuidade às políticas sociais que tiveram acertos evidentes durante as gestões petistas, alegando que deveriam ser mantidas “em qualquer que seja o governo”. Assim como sinalizou o tucano, segundo Marina, que foi ministra do Meio Ambiente de Lula, o Bolsa Família, se eleita, será aperfeiçoado, sem detalhar o tema. “As pessoas em condições de penúria contarão com o suporte necessário para servir de base para seu crescimento, principalmente jovens.”

A ex-senadora justificou a atividade no espaço, localizado na Zona Norte, ao afirmar que esse ato simboliza cumprimento de promessa firmada pelo presidenciável Eduardo Campos, ex-governador pernambucano morto no dia 13 em acidente aéreo. Para ela, o lugar caracteriza a entrada dos nordestinos que tiveram de migrar de suas regiões para outros Estados do País. “Eu e Beto (Albuquerque, novo vice na chapa) fizemos questão de honrar o compromisso para reiterar o desafio de que as políticas sociais possam possibilitar qualidade de vida.”

O PSB lança programa de governo na sexta-feira. Marina adiantou que a versão oficial do documento terá medidas para aprofundar a democracia e valorizar as instituições, negando que vai propor criação de conselhos populares para controlar atividades de políticos. “Significa que representações políticas possam estar ligadas à sociedade e existam meios para conectar representantes e representados.”

AVIÃO
Indagada em relação a supostas irregularidades na utilização da aeronave que se acidentou e causou a morte de Eduardo, Marina deixou a resposta para o vice. Beto disse que o partido prestará esclarecimentos sobre o caso até o fim desta semana.