Política Titulo Gastos
Grana exclui comissionados
da cota de reajuste

São 450 funcionários apadrinhados; gestão petista crê que medida de contenção vai provocar economia de R$ 2,2 milhões

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
26/04/2015 | 07:00
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A administração do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), excluirá os funcionários comissionados da cota de reajuste salarial, cuja proposta está em mesa de negociação com o sindicato da categoria. São 450 servidores apadrinhados, nomeados no Paço sem concurso público. A gestão petista acredita que a medida de contenção de custos deve sensibilizar os ‘colaboradores’ e, principalmente, gerar economia de aproximadamente R$ 2,2 milhões no período de um ano. A decisão se deu na terça-feira, durante o feriado de Tiradentes, após quatro horas de reunião entre a cúpula do governo.

O aumento na remuneração será destinado somente a servidores de carreira e àqueles em função gratificada. No total, são 16 mil funcionários, entre ativos e inativos. A Prefeitura alega que impacto da majoração na folha de pagamento será superior a R$ 26 milhões. “Estamos vivendo momento delicado do ponto de vista financeiro. Então, deixaremos os comissionados fora do reajuste”, alegou o secretário de Administração, Antônio Leite (PT), ao citar que Grana integrou encontro que definiu a iniciativa. “Essa medida está sendo adotada pela primeira vez na história devido a essa necessidade”, defendeu.

A proposta serve também como justificativa ao ‘aperto de cintos’ em relação ao índice oferecido ao funcionalismo: 8,21%, divididos em três parcelas (a primeira de 3%, em 1º de abril, retroativos, a segunda de 3%, em dezembro, e a última de 2%, em abril de 2016, adicionando juros sobre juros), percentual rejeitado pelo sindicato. A categoria pede a aplicação de 8,49% de inflação, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), mais 11% de reposição. Haverá outra reunião no dia 5 para retomar as discussões.

Presidente do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de Santo André, Carlos Alberto Pavan declarou que “dificuldade financeira” está sendo usada como justificativa nos três anos de governo petista. Segundo ele, falta vontade política para ceder ampliação nos salários. “A Prefeitura gasta pouco mais de 37% com despesas de folha de pagamento. O limite prudencial é de 51,3% e o teto, 54%. Está bem longe da margem permitida e aceitável por lei”, disse, ao indicar que a categoria declarou “estado de greve”. “Haverá paralisação de alguns setores.”

CORPORATIVOS
Como alternativa para conter custos, o Paço ainda desativará os celulares corporativos. São 490 aparelhos sendo utilizados por secretários, diretores e chefes de divisão. O contrato com a TIM vence no dia 25 de junho e não será renovado. “Todos terão que devolver os telefones móveis. Não vai existir para ninguém. A economia média será de R$ 240 mil ao ano”, mencionou Leite.  




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