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Basquete andreense é pioneiro em software utilizado pela NBA

Primeiro time do Brasil equipado com a ferramenta colhe frutos e técnico vê mudança instantânea no comportamento das jogadoras

Anderson Fattori
do Diário do Grande ABC
03/12/2017 | 07:17
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Nario Barbosa/DGABC


O basquete talvez seja uma das modalidades onde a estratégia faça a maior diferença. Os movimentos sincronizados em busca do improvável espaço até o arremesso precisam ser exaustivamente ensaiados. Com o tempo escasso para treinos, surge ferramenta capaz de otimizar o trabalho, e essa é uma das principais novidades da comissão técnica da equipe feminina de Santo André, que se prepara para estrear na Liga, em janeiro. Desde o Campeonato Paulista o time utiliza o HUDL, software que permite ao técnico Bruno Guidorizzi analisar todos movimentos da sua equipe, compartilhar as impressões individualmente com as jogadoras pelo celular entre outros recursos.

A equipe andreense é a primeira do Brasil a utilizar o software, presente em 29 das 30 comissões técnicas dos times da NBA – liga dos Estados Unidos. A única exceção é o Dallas Mavericks. Os clubes do NBB (Novo Basquete Brasil) utilizam outro tipo de programa, que tem base de dados em comum, mas não permite edições de vídeos como o HUDL, desenvolvido por empresa norte-americana.

Um dos principais recursos do programa, que em sua versão inicial requer investimento em torno de R$ 1.500, é a edição instantânea do vídeo dos jogos, destacando movimentos e lances por meio de marcadores. Depois é possível escolher os dados que devem ser compartilhados entre os integrantes da comissão técnica e repassados para cada jogadora.

Bruno Guidorizzi explica que a ferramenta revolucionou sua forma de trabalhar e trouxe resultados rápidos. “Mudou muito a tomada de decisão das jogadoras. Elas agora enxergam o jogo de outra maneira. Assistem aos vídeos com os meus comentários no momento que acharem mais apropriado, pelo celular, isso que é importante. Ajudou elas a perceberam erros e acertos”, explica o treinador.

A otimização do tempo foi sentida por todos. O compartilhamento das informações faz com que todos os envolvidos saibam o que está acontecendo. “Nosso plano de jogo é traçado pelos dados que coletamos e armazenamos no software. O time chega para treinar já sabendo o que deu certo ou não no último jogo, os problemas para serem resolvidos nas atividades em quadra”, ressalta Bruno.

O Santo André iniciou o uso da ferramenta na metade do Campeonato Paulista. Por ser algo abstrato não é possível medir com exatidão a influência do software no desempenho do time em quadra, mas é certo que a equipe evoluiu e conquistou não só o Estadual como os Jogos Abertos do Interior.

Bruno acrescenta que outra mudança que o software trouxe no ambiente de trabalho foi na confiança das atletas. “Antes eu editava os jogos, fazia os recortes e mostrava para elas na tela do computador com todas juntas, mas isso acabava constrangendo quando os erros eram apontados. Agora, cada uma recebe a sua cota e assiste quando e onde quiser”, relata.

Evidentemente que a novidade agradou de forma diferente as jogadoras. “A maioria gostou bastante. Não teve rejeição. Algumas jogadoras usam mais, outras menos. Nós estamos na era tecnológica, e com as informações no celular fica mais fácil para elas terem acesso. Antes eu enviava vídeo em qualidade baixa. Enfim, agilizou o processo. Sempre trabalhei com vídeos, mas essa ferramenta te possibilita gama maior de informações e com mais agilidade”, finaliza. 




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