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Maioria de mortes no trânsito é por atropelamento

Conforme dados do Infosiga, em fevereiro deste ano foram 18 óbitos em acidentes nas ruas do Grande ABC; oito de pedestres

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
21/03/2017 | 07:07
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Celso Luiz/DGABC


Os atropelamentos foram a maior causa de mortes no trânsito no Grande ABC no mês de fevereiro – com oito pedestres indo a óbito. Os dados são do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo), segundo o qual 18 pessoas morreram no período, número que permaneceu estável em relação ao mesmo mês de 2016.

Conforme especialistas, os dados revelam urgência em ações efetivas para educação no trânsito. O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, responsável pela campanha Travessia Segura, suspendeu a iniciativa no início do ano. A continuidade ainda não foi definida e, conforme o órgão, será pauta em reuniões futuras.

A Travessia Segura teve início em dezembro de 2011 com o objetivo de instituir o gesto de estender o braço nas travessias sem semáforo para que o pedestre pudesse atravessar a rua. Para isso foram desenvolvidas ações como intervenções da mascote Mister Mão, que fica em faixas de pedestres não sinalizadas, e cartazes sobre a campanha. Durante o último semestre do ano passado também houve ações em escolas.

Segundo o chefe do departamento de medicina de tráfego da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) Dirceu Rodrigues Alves Júnior, uma das principais dificuldades para a redução dos números é que as campanhas não mantêm continuidade. “É uma necessidade manter ações em todos os sentidos de segurança, desde a utilização do cinto de segurança até para seguir a sinalização. Mas isso dentro de campanhas permanentes, sem interrupção. É também necessária uma fiscalização permanente, não apenas para multar, mas sim com a finalidade de orientar motoristas”, avalia.

Para o professor de Engenharia Civil do Centro Universitário FEI e mestre em Transportes Creso Peixoto, as ações são importantes, porém, elas precisam ser direcionadas para pedestres e motoristas. Além disso, explica, devem ser acompanhadas de melhorias estruturais, como iluminação em todas as faixas de pedestre, por exemplo. “Conscientizar o pedestre é muito importante e positivo. É fundamental que os municípios voltem a atuar de forma enfática neste setor. Mas o motorista também deve ser o foco, em questões como avanço em velocidade. Além disso, precisamos criar a premissa de iluminar todas as faixas de pedestres”, sugere.

Na classificação das outras vítimas fatais em fevereiro aparecem motociclistas, com seis mortes (veja mais informações na arte ao lado). “É a questão dos mais fracos no trânsito. Há risco maior para pedestres. Em segundo aparecem ciclistas e motociclistas. Tem a parte da fiscalização da motocicleta, muito difícil de se fazer por causa da dinâmica dos veículos, e também não tem como monitorar o pedestre. Por isso as ações são importantes, desde que feitas de forma integrada”, comentou o coordenador do curso de Engenharia do Mackenzie Campinas, Luiz Vicente de Mello Filho.

Recentemente, por meio do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, Diadema e Ribeirão Pires assinaram convênio com o governo do Estado para reduzir pela metade o número de óbitos no trânsito até 2020 por meio de auxílio para a estruturação da gestão da segurança viária e apoio financeiro para a realização de ações. No total são R$ 100 milhões de multas do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) destinados para 52 cidades, até o fim deste ano. 




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