”Eu represento uma verdadeira força política. Eles querem eliminá-la", garante Fujimori, 64 anos, que tem dupla nacionalidade peruana e japonesa. Ele se referia a um pedido de extradição apresentado contra ele na semana passada. "Estou preparando meu regresso à vida política no Peru".

Depois de dez anos no poder combatendo a guerrilha do Sendero Luminoso e os problemas econômicos, Fujimori fugiu do Peru no final de 2000 em meio a graves acusações de desvio de recursos públicos, de assassinato e de corrupção. Ele se nega a deixar o Japão, país onde nasceram seus pais, com medo de ser preso.

Fujimori disse que o pedido de extradição tem “motivações políticas", acrescentando que é "totalmente inocente" destas acusações. "É provável que estejam tentando impedir que eu volte livremente ao Peru", afirmou, lembrando que acaba de fundar um partido no exílio.

O ex-presidente acrescentou que seu partido está se tornando uma força política viável, citando os resultados de uma pesquisa realizada no Peru, que lhe dava uma taxa de aprovação de 41% — quatro vezes maior que a do atual presidente peruano, Alejandro Toledo.

”Eu voltarei com um papel ativo. A recuperação foi mais rápida do que eu esperava", disse Fujimori ao jornal. No que diz respeito a sua dupla nacionalidade, que segundo os especialistas jurídicos japoneses vai impedir sua extradição, o ex-presidente diz que não a lamenta.

"Tenho direito à nacionalidade japonesa. Naturalmente, também tenho muitos laços com o Peru. Eu respeito tanto as leis japonesas como as peruanas", insistiu.