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Empresa de gelo para
área farmacêutica em alta

Em três anos, a companhia Polar Técnica,
de São Bernardo, teve tamanho duplicado

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
04/08/2014 | 05:42
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Andrea Iseki/DGABC


Enquanto a indústria automobilística está andando para trás neste ano, o mercado farmacêutico nacional segue com forte incremento de faturamento, crescendo na casa dos dois dígitos, o que ajuda a impulsionar os resultados de empresa do Grande ABC líder em produto (embalagem contendo gelo com aditivo) para o transporte de medicamentos que exigem temperatura controlada.

Trata-se da Polar Técnica, de São Bernardo, que expande ao ritmo anual de 33% – ou seja, em três anos, duplicou de tamanho – e que deve ficar próximo desse índice de aumento da receita em 2014. “Estamos com 27% de crescimento e devemos ultrapassar 30% no fechamento do ano”, diz o fundador e diretor comercial do grupo, Paulo Vitor de Andrade.

É bem mais do que a atividade econômica nacional, que deve ter alta de apenas 0,9% neste ano, segundo as projeções dos analistas financeiros. Também fica acima do ritmo do próprio mercado farmacêutico que, de acordo com dados da consultoria IMS Health, entre janeiro e maio, teve alta de 13% ante o mesmo período de 2013.

Andrade cita que a companhia fatura hoje entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões e que os números favoráveis ocorrem por vários motivos, dentre os quais programas do governo federal que ampliaram o acesso da população a medicamentos de alto custo – muitos que, inclusive, exigem refrigeração –, e também campanhas de vacinação.

Há ainda, segundo o executivo, maior conscientização das indústrias em relação à necessidade de melhorar a forma de transporte dos medicamentos. “Não adiantava gastar bilhões em desenvolvimento e perder tudo na distribuição”, cita. Existe, ainda, tendência crescente de vendas de produtos biológicos (os biofármacos), que devem dobrar nos próximos dez anos.

LABORATÓRIO - Com 70% no mercado nacional de ice foam (embalagem contendo gelo com aditivo que garante a manutenção da temperatura estável por longo tempo para o transporte de medicamentos) e produção de 770 toneladas por mês desse item, o grupo está investindo em várias frentes para se verticalizar, ou seja, assumir mais etapas de sua cadeia produtiva.

Dentro dessa estratégia, a companhia aporta cerca de R$ 1,5 milhão para montar o primeiro laboratório nacional especializado exclusivamente em qualificação e ensaios térmicos de embalagem para o segmento farmacêutico, e que contará com duas câmaras climáticas. Esse investimento estará finalizado em fevereiro de 2015.

Será uma nova empresa do grupo, a Valida, que atenderá a própria Polar Técnica, com a certificação dos produtos que fabrica. Mas a ideia é também oferecer esses serviços para que os clientes melhorem seus processos de acordo com as exigências regulatórias. “Queremos verticalizar todo o processo de embalagem térmica, desde o início da cadeia produtiva até a entrega do medicamento”, afirma.

Grupo passará a produzir bolsas térmicas

O grupo Polar Técnica vai também vai investir neste ano cerca de R$ 800 mil para passar a produzir, até o fim de 2014, bolsas térmicas em galpão anexo à sua fábrica. Atualmente, a empresa já comercializa esses produtos, que hoje têm a fabricação terceirizada pela companhia. Para isso, o grupo, fundado há 14 anos e que conta com cerca de 110 trabalhadores (muitos deles de alta qualificação, como engenheiros e farmacêuticos), vai contratar mais 30 no decorrer deste ano para a linha de produção.

O diretor da Polar Paulo Vitor de Andrade cita que as máquinas para a confecção das bolsas já foram encomendadas e devem chegar em até 90 dias.

O executivo não revela o volume inicial de fabricação projetado para os novos itens, por questões estratégicas, mas adianta que já há interesse de indústrias farmacêuticas por seus produtos.  




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