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Região faz cirurgia de troca de sexo
Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
06/05/2015 | 07:00
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Será realizada hoje, às 10h, a primeira cirurgia de troca de sexo do Grande ABC. O procedimento, feito via SUS (Sistema Único de Saúde), coloca o Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, entre os seis centros autorizados para realizar tal operação no País. A intervenção será coordenada pela disciplina de Urologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e beneficiará paciente de 32 anos da Capital, com a transformação do órgão masculino em feminino.

Conforme explica o professor responsável pela disciplina de Urologia da FMABC, Roberto Vaz Juliano, o programa completa o trabalho de sexualidade já feito pela instituição de ensino. Para que a intervenção saísse do papel, houve processo de diálogo com a Secretaria Estadual da Saúde por oito meses. Caberá ao CRT (Centro de Referência e Treinamento) DST/Aids, na Zona Sul da Capital, a preparação e encaminhamento dos pacientes para a cirurgia. Cerca de 2.000 pessoas estão sendo acompanhadas atualmente no local, sendo que 300 estão preparadas para a operação.

“É preciso considerar que estamos falando de pessoas que sofrem de incongruência entre o que pensam e o corpo em que nasceram. Nosso objetivo é amenizar esse sofrimento e proporcionar a elas integração social, que é a missão do médico”, destaca Juliano. Para passar pelo procedimento, autorizado pelo SUS desde 2008, o paciente precisa ter no mínimo 21 anos e receber atendimento interdisciplinar por pelo menos dois anos.

Urologista há mais de 30 anos, Juliano destaca a complexidade da cirurgia, que tem previsão de durar três horas e meia. Segundo ele, a taxa de complicações está acima dos 30%. “Vamos copiar as técnicas já utilizadas no Hospital das Clínicas. O procedimento será feito por equipe de quatro especialistas”, explica.

No caso da mudança de homem para mulher, a cirurgia envolve essencialmente a reconstrução dos genitais. Já a alteração de mulher para homem compreende conjunto de cirurgias, incluindo remoção dos seios, reconstrução dos genitais e lipoaspiração.

O pós-operatório também merece cuidados, ressalta o especialista. O paciente ficará internado no Hospital Mário Covas por dez dias, demorará pelo menos três semanas para conseguir ter vida social, 40 dias para voltar a desempenhar atividades esportivas e no mínimo quatro meses para retomar a vida sexual.

Até 2014 foram realizados 6.724 procedimentos ambulatoriais e 243 procedimentos cirúrgicos via SUS para redesignação sexual. 




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