D+ Titulo Aniversário heróico
Universo Cinematográfico Marvel completa 10 anos

Saga baseada nos quadrinhos começou sob desconfiança e hoje é a maior franquia das telonas

Luís Felipe Soares
29/04/2018 | 07:06
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Divulgação


Construir o universo mais poderoso já visto nos cinemas leva tempo, paciência, apostas, erros cometidos e aceitação do público. Para que as dezenas de heróis pudessem estar reunidos em Vingadores: Guerra Infinita (em cartaz nas telonas), a Marvel Studios trilhou caminho com filmes que deram forma para alguns dos personagens mais conhecidos dos quadrinhos, casos de Capitão América, Hulk e Thor, além de revelar ao mundo figuras mais ‘coadjuvantes’, a exemplo de Homem-Formiga e Os Guardiões da Galáxia. 

Todo esse projeto tem temporada de festa com o aniversário de dez anos do UCM (Universo Cinematográfico Marvel), celebrado no Brasil amanhã, data na qual Homem de Ferro (2008) estreou no País. A primeira aventura de Tony Stark era vista com mescla de empolgação e desconfiança. Fechou sua missão como oitava maior bilheteria do ano (US$ 585,2 milhões) e marcou a redenção do então polêmico e esquecido ator Robert Downey Jr. em Hollywood, vingador mais bem pago e tendo faturado US$ 48 milhões no ano passado.

“Não existiria Universo Marvel nos cinemas nem a chance de a Marvel desenhar este projeto a longo prazo se o primeiro filme do Homem de Ferro, seu ‘balão de ensaio’, não tivesse funcionado”, afirma Thiago Cardim, editor do Judão (www.judao.com.br), especializado em cultura pop. “Se o público não tivesse se afeiçoado a um personagem que, nos gibis, naquele momento, era absolutamente ‘B’. Se eles não tivessem entendido que era preciso atualizar o Tony para hoje. Se eles não tivessem escolhido um ator carismático como protagonista.”

Desde então, outros 18 filmes foram produzidos, batendo arrecadação de cerca de US$ 14 bilhões ao redor do mundo – sem contar os números de Guerra Infinita. A bilheteria total é grande o bastante para colocar a franquia como a maior da história do cinema, deixando para trás marcas como Star Wars, Harry Potter, Velozes e Furiosos e 007. 

Os fãs adoram e os críticos apontam que certas obras são de altíssima qualidade, independentemente se o personagem principal é um supersoldado capaz de destruir sozinho um porta-aviões. O reconhecimento do Oscar ainda parece distante, com possibilidade de a Disney, dona da Marvel Studios, iniciar forte campanha para que Pantera Negra seja lembrado para a lista de indicados nas principais categorias para a cerimônia de 2019. Obras como Homem de Ferro 3 (2013) e Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014) já concorreram como melhores efeitos visuais.

SEGREDO DO SUCESSO

Segundo Cardim, o diferencial do UCM foi saber construir a história desse mundo cinematográfico aos poucos, explorando contos já apresentados em obras solos – com as cenas pós-créditos consolidando a junção. “O plano estava lá na frente. Eles seguiram, sem correria. Mantiveram o foco ao invés de correr direto para o ‘prêmio’, como a DC fez com Liga da Justiça, uma reunião de heróis com os quais as pessoas não se importavam ainda”, comenta. “Todo projeto deste tamanho tem pontos altos e baixos. Por exemplo, Vingadores: Era de Ultron (2015), que é um filme absolutamente megalomaníaco e não consegue se sustentar. Apesar de serem filmes dentro de um universo compartilhado, devem funcionar sozinhos.”

Outro ponto de sucesso é compreender que tudo o que existe há décadas nos quadrinhos não necessariamente funciona na tela, como a formação dos Vingadores ou os motivos de Guerra Civil. “A verdade é que, conforme defendemos há anos no Judão, filme é filme e gibi é gibi. São mídias diferentes. A essência está ali? Está. Mas a trama precisa se desenvolver de forma diferente porque contar uma história na telona é diferente de contar nas páginas de uma HQ”.

Guerra Infinita promete findar era importante. Pode ser que seja necessário recomeçar o UCM, desta vez, tendo um background de sucesso. 




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