‘Versão brasileira, Herbert Richers’. Vez ou outra, brasileiros ouvem ou já ouviram esta frase antes de começar a assistir a algum filme ou animação. Herbert Richers (1923–2009) foi empresário e produtor cinematográfico que fundou, na década de 1950, o principal estúdio de dublagem da América Latina. Morreu em 2009, deixou três filhos, entre eles Herbert Richers Jr., que, além de seguir alguns passos do pai, escolheu ficar na carreira artística. Entre diversas produções como diretor, dublador e ator em filmes e teatros, estará na minissérie Ilha de Ferro, com estreia programada na Rede Globo em 2018.

Na trama, ele interpretará Horácio, um ministro do Estado. Herbert Richers Jr. trabalhará ao lado de atores como Osmar Prado e Maria Casadevall. “Fui diretor de conteúdo da Globo de 1980 até 1991. Depois, participei de várias produções da casa como ator”, conta ao Diário. Sobre contracenar ao lado de Osmar Prado, Herbert é direto: “Me enche de alegria e honra”.

Nascido e criado no Rio de Janeiro, aos 62 anos já passou por diversas áreas. Mesmo seguindo alguns caminhos de seu pai como empresário, Herbert Richers Jr. sempre optou pelo lado artístico. Estreou profissionalmente nos palcos em 1976, no Teatro Gláucio Gil, no Rio de Janeiro, com a peça Dinheiro Pra Que Dinheiro, de Martins Pena. Atou nos filmes Memórias do Cárcere (1984), Alô?! (1998) ao lado de Betty Lago e Brasília 18% (2006). Além de participar de produções teatrais e da novela Laços de Família, em 2000.

“Fui um produtor bem-sucedido, mas nunca achei prazeroso o lado empresarial. Tornei-me ator e diretor e, obviamente, ter nascido e crescido entre os mais formidáveis artistas brasileiros do cinema foi, no mínimo, inspirador. Meu pai, porém, nunca viu com bons olhos meu lado artístico, preferia que me concentrasse no lado empresarial, mas não era minha vocação. O principal legado deixado por ele foi acreditar e provar que uma indústria forte e lucrativa de cinema era possível”, explica.

Além de suas produções na dramaturgia, Herbert dá aulas de dublagem em um estúdio na Capital. Em 2015, dirigiu a série Nicky, Ricky, Dicky & Dawn, da Nickelodeon, feita pelos alunos formados pelo curso. “Minha metodologia ensina o ator que vai dublar a reconhecer partitura criada pela pessoa a ser dublada, por meio da musicalidade da fala”, explica ele, que aconselha futuros profissionais da área: “A boa dublagem exige um bom ator, então, antes de mais nada, estude para isso”, diz.

RAÍZES NO GRANDE ABC
Construído nos anos 1950, em Ribeirão Pires, por Herbert Richers, o casarão histórico carrega décadas de bagagem e virou patrimônio cultural da região. O local foi estrutura para duas produções nacionais: Família Trapo, Papai Trapalhão, de 1968, e Golias Contra o Homem das Bolinhas, em 1969.

Em outubro, o prefeito da cidade, Adler Kiko Teixeira (PSB), determinou que a Lojas Cem, atual proprietária do imóvel, apresentasse um projeto de restauração da casa com a intenção de preservar a memória contida lá.

Mesmo não mantendo contato com o casarão, Herbert Richers Jr. acredita que o ideal seria se o local se transformasse em um centro cultural, com cursos de formação e experimentação audiovisual. “O casarão foi construído pelo meu pai para ser a casa dos meus avós e o nosso refúgio de férias. A família Richers chegou em Ribeirão Pires no século 19 e a cidade foi um oásis de sonho e confraternização para toda a família por várias gerações”, finaliza.

Protagonista da série, ator Cauã Reymond será Dante
As gravações da minissérie Ilha de Ferro, já considerada uma das produções mais ousadas da Rede Globo, estão a todo vapor. O ator Cauã Reymond – protagonista da história – até recusou outros papéis em novelas para se dedicar 100% ao trabalho.

Seu personagem, Dante, trabalha como coordenador de produção da plataforma de petróleo PLT-137. Ele sonha ser promovido a gerente, mas acaba tendo o tapete puxado por Júlia (Maria Casadevall), que ganha o cargo em seu lugar. Dante é casado com Leona (Sophie Charlotte), que acaba se envolvendo com o cunhado Bruno (Klebber Toledo), piloto de helicóptero que presta serviços para a petroleira e que possui uma vida dupla bastante sombria.

Mais do que um ‘quarteto amoroso’, a série vem para contar a história de vida de trabalhadores de plataformas de petróleo que ficam 15 dias longe de casa. A história é escrita por Max Mallmann e Adriana Lunardi, com supervisão de Mauro Wilson. Tem direção artística de Afonso Poyart e direção de Roberta Richard e Guga Sander.