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Emprego na indústria tem maior saldo em 4 anos e meio

Em janeiro, foram contratados 650 profissionais; em 12 meses, porém, 4.650 foram dispensados

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
20/02/2018 | 07:10
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Rodolfo Buhrer/Fotos Públicas


As indústrias do Grande ABC reagiram em janeiro e registraram o melhor saldo (contratações menos demissões) para o emprego no setor em quatro anos e meio. No mês passado, foram contratados 650 trabalhadores, resultado mais expressivo desde junho de 2013, quando as fábricas haviam admitido 800 profissionais. No entanto, ao analisar o cenário nos últimos 12 meses, o setor acumula 4.650 demissões. Os dados foram divulgados ontem pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

“O saldo negativo ainda é reflexo da crise, que foi muito complicada, principalmente nos últimos três anos”, afirma Mauro Miaguti, segundo vice-diretor do Ciesp São Bernardo, cidade onde foram extintas 4.750 vagas nos últimos 12 meses.

Por outro lado, Diadema apresentou o melhor resultado no período e o único positivo, com 350 contratações. “As empresas estão voltando a ter confiança para recolocar o pessoal. Em alguns casos, estavam precisando de um ou dois funcionários há certo tempo, mas somente agora sentiram-se seguras para contratar”, exemplifica Anuar Dequech Júnior, diretor titular do Ciesp diademense.

Vale destacar que, embora o cenário ainda seja preocupante, o ritmo de demissões desacelerou – nos 12 meses encerrados em janeiro, em 2016, 31.450 postos haviam sido extintos; em 2015, 19,6 mil; em 2014, 9.700 e, em 2013, 9.050.

Não à toa, janeiro registrou o melhor resultado para o emprego industrial na região desde junho de 2013. São Bernardo liderou as contratações, com 500 novos postos no mês passado. Desses, 266 foram criados pela Mercedes-Benz, que, após demitir cerca de 2.000 funcionários em PDV (Programa de Demissão Voluntária) em 2017, voltou a reforçar seu efetivo.

Dequech Júnior completa que as fábricas voltadas para o setor automotivo estão com maiores sinais de retomada, assim como indústrias de borracha, plástico e metais – em janeiro o setor que mais expandiu foi o de metalurgia, com alta de 1,91% na geração de emprego.

Ao mesmo tempo, Santo André, juntamente com Mauá, Ribeirão Pires e Diadema, foi responsável pelo pior saldo do mês passado, ao registrar 300 dispensas. “Janeiro não é um bom mês para mensurar o emprego. Foi um resultado pontual”, diz Norberto Perrella, diretor do Ciesp Santo André.

No município, um dos setores que puxaram a queda foi o de vestuário e acessórios (-4,35%). Na avaliação de Perrella, isso se deve à demanda sazonal. “No fim do ano é preciso mais mão de obra neste setor para abastecer o comércio. Passado o momento, é possível haver dispensa de profissionais.”

PARA 2018 - Para Miaguti, “a expectativa é de resultados melhores para 2018, pois as fábricas estão mais confiantes para voltar a contratar”. Perrella atesta que o ano passado não foi “tão ruim”, principalmente no último trimestre, quando as indústrias voltaram a negociar. “A procura aumentou significativamente para fechar novos contratos”. Para 2018, ele acredita que a venda de equipamentos ligados ao agronegócio, como veículos pesados, pode ser impulsionada, dado que o setor está crescendo no País. 




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