Política Titulo Independência
Candidato à OAB-SP, Biazzo alega que órgão está partidarizado

Nome de oposição avalia que direção atual, com Costa, tem usado a ordem como trampolim político ao citar grupo formado por D’Urso

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
02/07/2015 | 07:48
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Pré-candidato da oposição à presidência da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, o advogado João Biazzo Filho sustentou que hoje o órgão ficou partidarizado diante da “acomodação no poder” ao mencionar que a direção atual, comandada por Marcos da Costa, tem utilizado a entidade como “trampolim político”. Segundo ele, a instituição passou a ser usada para outros objetivos de seus líderes. “Prova disso é que o ex-dirigente (Luiz Flávio D’Urso, PTB) era vice do (Celso) Russomanno (PRB, à prefeitura da Capital, em 2012). E esse grupo (apoiado pelo petebista no pleito interno de três anos atrás) permanece no comando.”

Marcos da Costa era vice de D’Urso, que chefiou a instituição por nove anos. A eleição para a presidência da OAB ocorre em novembro, com a possibilidade ter cinco nomes na disputa. O atual mandatário sofreu acidente em abril e não deve concorrer ao páreo pela reeleição. Em entrevista ao Diário, Biazzo, 42 anos, alegou que esse longo período – são 12 anos na totalidade – representado pelo mesmo grupo – deixou a entidade “sem energia” para debater os principais temas em ebulição na sociedade. “Estão preguiçosos. Diante de crise na economia e política (no País), a ordem está calada, acomodada. Lançaram projeto contra corrupção, mas a política interna não é de transparência. Não dá exemplo.”

Mestre em Direito Civil pela PUC de São Paulo, Biazzo frisou que a proposta essencial do projeto oposicionista é “devolver” a independência da instituição, desvinculando com o meio político e do “interesse em se perpetuar no poder”. “Temos de pregar OAB livre”, disse, ao acrescentar que a entidade “perdeu papel de protagonista” após esse período de queda da credibilidade. “A ordem levantou a voz durante a ditadura militar (1964-1985), no movimento das Diretas Já e no pedido de impeachment do (então presidente e hoje senador Fernando) Collor (de Mello, PTB), protocolado pela OAB-SP. Agora, vejo que a entidade está quieta. É necessário discutir reforma interna.”

A candidatura dos postulantes ao cargo apenas poderá ser formalizada 60 dias antes da eleição. Biazzo considera-se a única opção adversária à atual direção. Isso porque, na sua concepção, os demais pré-pleiteantes fizeram parte da ala capitaneada por Costa. Dentro dessa ideia, o advogado elenca os nomes, avaliados por ele como dissidentes, de Ricardo Sayeg, Sergei Cobra Arbex, Raimundo Hermes Barbosa e Anis Kfouri. “O meu grupo é o único genuinamente de oposição, efetivamente apartidário. O único que, de fato, não tem qualquer relação com o atual grupo, que se mantêm no comando.”
 




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