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Sábado, 11 de Maio de 2024

Lei Áurea e seus reflexos na sociedade
Do Diário do Grande ABC
04/06/2018 | 12:00
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Artigo

Depois do Brasil, colônia e império, conviver durante 350 anos com o trabalho escravo, este foi, oficialmente, abolido com uma lei, cognome áurea, que de ouro não tinha nem o brilho. Com apenas dois artigos, a lei simplesmente declarou livre população estimada em torno de 3 milhões de pessoas. Ponto!

Ou seja, de um dia para o outro o Estado brasileiro, sempre pródigo em querer legislar sobre absolutamente tudo, colocou na rua ou na estrada mais de 3 milhões de seres humanos, agora livres, mas sem ter onde morar nem trabalhar e tendo de se sustentar por conta e risco próprio. Claro que aqueles que tinham patrão mais cuidadoso e humano preferiram continuar onde estavam, mesmo não recebendo nada ou recebendo miséria pelo seu trabalho.

Quais foram as consequências imediatas desse verdadeiro êxodo? A favelização, uma vez que não tinham onde morar, e o hoje chamado politicamente correto de subemprego, ou popularmente de bico, em trabalhos que ninguém (nenhum branco) queria. Escola não existia em quantidade. No Censo de 1890, estimava-se que 85% da população adulta brasileira era analfabeta. Obviamente, a enorme maioria dos ex-escravos não sabia ler nem escrever.

As repercussões dessa falta de política de inclusão social permanecem ainda hoje. A população que se declara preta e parda, dados e classificação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é a que possui os mais baixos índices de empregos de qualidade, de salário e renda, de ascensão social. Em contrapartida é a que mais é morta pela força policial, e representa a maioria da população carcerária. Cabe uma reflexão: o Brasil tirou, por lei, a escravidão da sua sociedade, mas será que a sociedade tirou a escravidão dela mesma?

Por que ainda ouvimos tantos relatos sobre racismo? Em estádios de futebol, em shows, em empresas, nas ruas. Depois de 130 anos, quantos afrodescendentes, que não sejam artistas de TV, cantores de pagode ou atletas, são conhecidos e têm destaque na sociedade, quer seja no meio civil, militar ou eclesiástico? Quando você pensa em empregada doméstica, gari ou segurança particular, você pensa em pessoa nórdica ou de origem africana?

As políticas públicas são reflexo de nossa sociedade, uma vez que vivemos em Estado democrático e nossos representantes são eleitos por essa mesma sociedade. Nos últimos dez anos o Brasil libertou mais de 50 mil trabalhadores encontrados em regime considerado escravo. Eram de várias etnias, mas todos da raça humana, o homo sapiens!

Celso Luiz Tracco é economista e escritor.

Palavra do leitor

O retorno
‘Fiscais’, iguais aos de Sarney, retornarão para controlar e multar o comerciante que abusar dos preços. Porém, parece muito barulho e pouco resultado, como sempre. Pessoal da ‘Ilha da Fantasia’ deveria, isso sim, tomar medidas para diminuir o número de partidos políticos, sindicatos, ONGs, acabar com o foro privilegiado e outros privilégios, que minam os cofres públicos e a paciência do povo brasileiro, trabalhador, pagador de impostos e taxas sem o devido retorno. Nessa briga de empresários, juntamente com ideólogos políticos, visando alcançar o poder, todos saímos perdendo. Infelizmente, os verdadeiros culpados ficarão à espera de novas oportunidades para bagunçar e cada qual tirar seus lucros ou benesses. Não conseguiram derrubar Temer, e terão que enfrentar a realidade, ou seja, Bolsonaro. Está explicado.
José Carlos Soares de Oliveira
São Bernardo

O que restou
Em 1956 no Brasil entrou Juscelino, prometendo construir Brasília e fazer o País avançar 50 anos em apenas cinco do seu governo. Seu extravagante capricho aumentou muito nossa dívida externa e explodiu a inflação. Deputados e senadores não tinham os privilégios de hoje. O presidente ‘bossa nova’ trouxe os fabricantes de veículos, provocando êxodo rural. Nossa querida São Paulo crescia bela, limpa e organizada. Iniciaram-se as invasões. Favelas nasceram e se multiplicaram e, com elas, o crime, que não havia. Para vender caminhões e ônibus abriu estradas. Para evitar concorrência, criminosamente desativaram e sucatearam as ferrovias. Hoje restam velhas estações abandonadas, fotos e saudade. Enquanto países investiram em ferrovias, aqui, incompetentes e oportunistas juntos, acabaram com tudo. Hoje vivemos em cidade descaracterizada, feia, suja e violenta em meio à poluição e intransitável.
Nilson Martins Altran
São Caetano

Sobrou
O Porto de Santos, assim como os demais portos, estava parado, com prejuízos incalculáveis! Para os ricos e donos de postos não falta combustível e ele têm automóveis reservas. Os aeroportos estão com os tanques lotados de querosene para aviação e não terão problemas! Apenas os mais pobres estarão desabastecidos e esquecidos, como sempre nessa oligarquia que chamamos de Brasil e que tem em sua bandeira a inscrição ordem e progresso longe de ser verdade.
José Eduardo Zago
Mauá

Fim da mamata?
Pressão sobre política de preços, após greve, levou à queda de Parente da presidência da Petrobras... Há controvérsias acerca do assunto. Na verdade foi por causa do fim do nepotismo nas altas esferas do governo. Chega de parente. Com ironia, por favor!
Maria Elisa Amaral
Capital

Por que saiu? Saiu porque...
Pois é....quem não tem rabo preso e trabalha com seriedade não precisa ficar grudado nos úberes fartos, para a politicalha, pois tem competência. Basta ver quem comemorou a saída de Pedro Parente da Petrobras: aqueles cujos interesses se restringem ao ‘meu pirão primeiro’.
Aparecida Dileide Gaziolla
São Caetano

Pedro Parente
Infelizmente, aqui no Brasil a tendência dos governantes é a de elencar para cargos de alta responsabilidade, como a presidência de estatais, burocratas indicados por partidos aliados ou pelo próprio partido que estiver no poder. Capacidade profissional, meritocracia, nada disso pesa na balança, apenas a filosofia do toma lá, dá cá. Não é à toa que a Petrobras e outras estatais chegaram à bacia das almas, fruto dos 14 anos de lulopetismo. E quando um Pedro Parente resolve recuperar uma empresa que estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), os políticos apedrejam sem dó. A qualidade de Pedro Parente foi ser competente , ter metas a alcançar e estar firme em seu objetivo. Verdadeiro meritocrata em função. Seu maior erro foi não ter a sensibilidade de um político para entender que, às vezes, mais valia a pena ceder dois ou três passos para avançar dez. Se tivesse se permitido fazer algum reajuste nos preços do diesel durante este tempo em que ficou no cargo, talvez não tivéssemos que passar por esta crise monstruosa promovida por caminhoneiros e empresários do ramo, que tanta alegria trouxe aos adeptos do ‘quanto pior, melhor’. Estes devem estar exultantes, pois Ivan Monteiro, o novo presidente da Petrobras, fez carreira no Banco do Brasil e foi braço direito de Aldemir Bendine, um ex-presidente do BB e ex-presidente da Petrobras, hoje condenado a 18 anos de prisão pelo recebimento de propina na Petrobras, ou seja, um fiel escudeiro do PT. Placar: PT 1 X Brasil 0.
Mara Montezuma Assaf
Capital

Praça Lauro Michels
A municipalidade diademense, ao revitalizar a Praça Lauro Michels, teve o cuidado de destinar área exclusiva aos skatistas. Apesar disso, os mesmos monopolizam o uso da aprazível praça e colocam em risco os demais usuários, com suas manobras radicais. Já ocorreram acidentes por causa da ousadia dos praticantes deste esporte. Mediante o exposto, solicito providências cabíveis dos setores da municipalidade.
João Paulo de Oliveira
Diadema 




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