D+ Titulo Ajuda ao próximo
Adolescentes reservam tempo para projetos voluntários

Durante a juventude é comum estarmos voltados para nós mesmos, vislumbrando possibilidades, profissões e sonhos

Tauana Marin
12/11/2017 | 07:05
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Divulgação/Agência Brasil


Durante a juventude é comum estarmos voltados para nós mesmos, vislumbrando possibilidades, profissões e sonhos. Em meio a isso, doar-se ao próximo é lição a ser seguida. No meio de cotidiano agitado e no drama de não haver muito tempo livre, reservar algumas horas do dia, da semana ou do mês para beneficiar alguma pessoa que não seja um amigo ou familiar é exemplo que merece ser divulgado.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), esse tipo de ação é resultado de um interesse pessoal e espírito cívico para dedicar parte de sua vida, sem remuneração, a atividades de bem-estar social ou que beneficiem outros campos. Questões como apoio a refugiados, pessoas em situação de rua, catadores de material reciclável, construção de moradias populares, animais abandonados e de reforço escolar são só alguns exemplos. Em agosto, o governo federal lançou o Programa Nacional de Voluntariado – Viva Voluntário, com o objetivo de incentivar a população e articular melhor a integração entre governo, organizações da sociedade civil e setor privado.

HISTÓRIAS

Beatriz Bueno Campos, 19 anos, de Santo André, contribui há seis temporadas com o grupo Flor de Lis, que reúne 22 meninas (com idade entre 11 e 20 anos), realizando trabalhos voluntários. A cada seis meses se envolve em novo trabalho. Formado há 12 anos, o projeto é apoiado pela maçonaria (instituição com caráter filosófico, filantrópico e progressista) do município. Recentemente, confeccionaram almofadas em formato de coração e doaram para mulheres que fizeram mastectomia (excisão ou remoção da mama devido o câncer). 

Ao longo desse tempo, a vestibulanda realizou inúmeros trabalhos, mas um deles lhe marcou de forma especial. “Nos últimos seis meses do ano passado estive diariamente em uma creche da cidade. Ficava das 8h às 12h fazendo todo tipo de trabalho, desde administrativo até cuidar das crianças. Ver o sorriso delas, poder contribuir um pouquinho para que tenham um dia melhor, e ainda mais feliz, é o maior ganho que podemos ter”, conta Beatriz, que divide o tempo do voluntariado com estudos para entrar na faculdade de Relações Internacionais. 

Para ela, fazer o bem faz parte de sua filosofia de vida. “É bom a gente olhar ao redor e não apenas nossa vida. O ser humano sempre arruma tempo para fazer o que gosta e eu gosto de ajudar. Há sempre um hora que seja para se dedicar ao próximo.”

Moradora de Sorocaba, no Interior, Izadora de Souza, 18, viaja para o Grande ABC quinzenalmente há três anos para participar das ações. “Logo que entrei para o grupo visitamos um asilo de mulheres. Era próximo ao Dia das Mães e levamos flores. Nunca me esqueço desse dia porque ouvir as histórias, receber abraços e sorrisos mexeram muito comigo. A gente passa a valorizar mais a família.” 

Outro compromisso que marcou a estudante de Ciências Biológicas foi a ida a um orfanato. “Um menino ficou o tempo todo agarrado a mim e o jeito que ele me olhava, a troca de carinho, é muito grande. Eles são carentes de tempo, querem que brinquem com eles. Ninguém apagará essas boas memórias”, diz a jovem. “Evoluímos (ela e as amigas) emocionalmente, passamos a dar valor às coisas da vida, de verdade, quando nos colocamos no lugar do outro. É o tipo de amor mais puro.”

A estudante de neurociência Nathalia Carrijo Oliveira, 20, de Mauá, também explica que o trabalho voluntário, além de ajudar a quem o recebe, também faz cada pessoa crescer de maneira pessoal. “Você passa a se importar com pessoas que não conhece. Acredito que isso é uma das formas de mudar a visão de nós, jovens, para que daqui a alguns anos possamos ter uma sociedade mais justa e melhor, onde um se preocupe com o outro.”

Aos 17, o mauaense Nicolas Reimberg Jacó lidera grupo de rapazes que ajuda diferentes universos a cada semestre. Os projetos são decididos por meio de votação. “As ações vão desde comprar alimentos, cozinhar e entregar comida pronta para aqueles que moram nas ruas até doações de sangue, roupa e mantimentos”, explica. Atualmente, os rapazes desenvolvem a montagem de uma biblioteca em uma creche local. O foco é ajudar, se doar e melhorar a sociedade com pequenas grandes atitudes. 




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