Setecidades Titulo Segurança pública
Grande ABC terá
60 policiais a mais

Efetivo da Dejem, o 'bico oficial' da PM, sobe para
200 agentes na região a partir da próxima quarta-feira

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
17/08/2014 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A partir de quarta-feira, o patrulhamento feito pela PM (Polícia Militar) nas sete cidades contará com mais 60 policiais que ocuparão as vagas disponibilizadas pela Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar), programa do governo estadual. A ação permite que os policiais militares trabalhem voluntariamente em suas folgas, com direito a remuneração adicional paga pelo Estado. São R$ 193,34 destinados a oficiais e R$ 161,12 aos praças. O efetivo trabalha fardado, com equipamentos adequados e respaldado do comando da corporação.

Atualmente, no Grande ABC, 140 homens reforçam, diariamente, a Segurança nos municípios por meio dessa medida, que tem contribuído significativamente no combate à criminalidade, na visão da comandante da Polícia Militar na região, coronel Cláudia Rigon. “A Dejem é importantíssima para incrementar o nosso efetivo todos os dias.”

Policiais de serviço na Dejem já flagraram diversas ocorrências. Em julho, por exemplo, durante patrulhamento ostensivo a pé no largo de Piraporinha, em Diadema, policiais avistaram dois indivíduos em uma motocicleta abordando casal que se encontrava em outra moto. Ao dar voz de prisão, os criminosos atiraram contra os agentes, que não se feriram. Um dos ladrões foi preso.

Roubo de veículos, aliás, é uma das modalidades criminais que têm apresentado queda nos índices, com contribuição da Dejem, de acordo com Cláudia. “Comparando junho de 2013 com junho deste ano, tivemos, na região toda, 4% de redução no roubo de veículos. Credito isso também ao reforço dos policiais da Dejem.”

Diadema e São Bernardo foram os primeiros municípios a contar com a ação, a partir de abril, em virtude do número de ocorrências. A coronel ressalta que, atualmente, é feita uma divisão para amparar as demais cidades. “Os municípios que estão com algum problema em relação aos outros a gente concentra maior quantidade de efetivo, mas não deixamos nenhum sem suporte.”

Especialistas em Segurança divergem sobre o programa

O trabalho, mesmo que remunerado, durante a folga, é assunto que causa divergência de opiniões entre especialistas da área de Segurança.

Na Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar), cada policial militar pode trabalhar até oito horas diárias fora da jornada normal, por até dez dias no mês – total de 80 horas –, para que o serviço extraordinário não prejudique o descanso. Não é o que acredita o ex-comandante da PM (Polícia Militar) de São Paulo e ex-secretário nacional de Segurança José Vicente da Silva. “(Na rotina normal) Os policiais trabalham 12 horas, que é um horário exaustivo demais e, atuando na folga, eles não estarão em melhores condições física e mental. Então, não se consegue muito resultado”, opina, dizendo ainda que a medida tem efeito menor no combate ao crime. “São poucos os policiais que integram esse processo. Além disso, por que ela (a Dejem) não é feita com a Polícia Civil? O combate à criminalidade tem que ser em conjunto.”

Silva também é contrário ao argumento de que a ação é melhor que a prática do chamado ‘bico’ para complementação da renda, no qual o agente não conta com nenhum amparo da corporação. “O ideal seria que o policial tivesse salário adequado. Assim, não precisaria se preocupar em ter que trabalhar no horário de folga.”

Já para o especialista em Segurança Pública e Prisão Jorge Lordello, o policial que atua na Dejem o faz por livre e espontânea vontade. “O trabalho é voluntário, então, aquele que se propõe a fazer é porque entende que tem condições”, destaca, completando: “O programa traz bons resultados porque o ostensivo maior faz com que os riscos sejam minimizados.”

“É um serviço em que o policial militar tem a oportunidade de aumentar a sua renda de forma segura, pois ele está fardado, com viatura, com comunicação, armamento, tudo regularizado, está amparado”, ressalta a comandante da PM na região, coronel Cláudia Rigon.

A Dejem foi instituída por meio da Lei Complementar 1.227/13, sancionada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em dezembro de 2013.

No dia 7, foi anunciada a inclusão de mais 1.000 policiais militares, totalizando 3.000 no reforço do efetivo em todas as regiões do Estado. Com a ampliação, o investimento será de R$ 14,4 milhões mensais.  




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