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Grande ABC ganha primeiro crematório

Espaço fica no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo, e já realizou 50 procedimentos

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
11/08/2014 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


O Grande ABC ganhou seu primeiro crematório. O empreendimento fica no Cemitério Jardim da Colina, no bairro Baeta Neves, em São Bernardo, e começou a funcionar em junho. Com investimento de R$ 2 milhões, o espaço conta com forno que tem capacidade para realizar uma cremação a cada duas horas, em média.

Até agora, foram realizados em torno de 50 procedimentos, de acordo com a administração do cemitério. Segundo explica o diretor comercial e responsável pelo crematório, Eduardo Meirelles, há plano de instalar mais um forno, caso seja constatado que a demanda é grande.

“Percebemos que é algo muito relacionado à faixa etária. As pessoas com idade mais avançada manifestam em vida o desejo de ser enterradas, já os mais jovens preferem a cremação”, disse.

O crematório deveria ter sido inaugurado em junho de 2011, mas houve atraso na obra por causa da burocracia, explicou Meirelles. “O prédio estava pronto desde o início do ano, mas a parte de documentação levou bastante tempo para ser resolvida. Os alvarás do Corpo de Bombeiros e da Prefeitura demoraram, e as vistorias da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) só poderiam ser feitas quando não houvesse mais nenhuma intervenção na construção, mesmo que fosse apenas o reparo de uma escada, por exemplo.”

O espaço tem área total de 920 metros quadrados e conta com cinco salas para velório, além de um salão com 80 lugares, telão e púlpito, utilizado para a realização de cerimônia de despedida. Após o término dos cortejos, a urna funerária é levada para o piso inferior por meio de um elevador.

“O corpo não é cremado assim que acaba a cerimônia, pois precisa ficar no mínimo 24 horas no refrigerador. Porém, há algumas religiões, como o espiritismo, que preveem que o corpo deve ser preservado por 72 horas, pedido que sempre respeitamos”, garantiu Meirelles.

Após o tempo de permanência na geladeira, o caixão e o cadáver são colocados no forno. As cinzas são depositadas em uma urna. Se a família preferir, pode jogá-las em algum lugar. Para isso, há embalagem própria destinada ao transporte.

A família pode optar por alugar um espaço dentro do crematório para manter a urna com as cinzas. Caso contrário, há alternativa de utilizar jazigo do cemitério. Para isso, será necessário pagar R$ 6.000.

PREÇO

A cremação custa a partir de R$ 2.800, sem inclusão da urna, velório e cerimônia de despedida. Quem optar pela última homenagem no espaço precisa desembolsar mais R$ 500. O cemitério disponibiliza diversos tipos de urnas, de acordo com as necessidades da família. Há uma caixa com seis compartimentos em tamanho pequeno. Ela é utilizada para divisão das cinzas quando mais de um familiar ou amigo próximo deseja ficar com elas.

Há também o modelo ecológico, que tem como matéria prima areia, cola a base de água e fibras de coco e bambu. Para quem deseja plantar as cinzas, ela vem com sementes de árvores.

Já para quem vai jogar as os restos mortais ao mar, a embalagem se desintegra totalmente em 50 minutos, aproximadamente.

Necrópole investe em apartamentos

Além de ser o local conhecido pelo ditado popular como nossa última morada, o cemitério também acolhe quem veio dar o adeus a uma pessoa querida. Pensando nisso, o Jardim da Colina construiu no crematório dois apartamentos para aconchegar os familiares que passam pelo difícil momento.

O espaço tem uma sala com poltrona, sofá e televisão e um banheiro com ducha. Apesar de estar no prédio do crematório, pode ser solicitado pelas famílias que optam pelo enterro.

“Pensamos principalmente nas pessoas que moram longe e acabam fazendo viagens longas para vir ao velório. Às vezes elas não têm tempo de descansar e tomar banho e conseguem fazer isso aqui. Os espaços também estão sendo muito procurados por familiares mais idosos, que precisam descansar para enfrentar o momento”, explicou o diretor comercial Eduardo Meirelles.

De acordo com o funcionário, apesar de o serviço ser novo no País, há cemitérios em outros lugares, como na Espanha, que oferecem esse tipo de espaço há algum tempo. “É uma questão de levar conforto para a família. Também disponibilizamos lençóis e toalhas.”

O preço do velório somado à utilização de um dos quartos fica a partir de R$ 1.300. 




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