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Discurso de Dilma está no papel após 4 anos

Presidente prometeu reforma política, controle da inflação e avanço em Saúde e Educação

Júnior Carvalho
Especial para o Diário
10/08/2014 | 06:36
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José Cruz/ABr


Após exatos 39 minutos e 28 segundos de discurso no dia 1º de janeiro de 2011, a presidente Dilma Rousseff (PT) iniciou contagem para cumprimento de diversos pontos de texto que acabara de ler perante ao Congresso Nacional como chefe da Nação recém-empossada. Passados quase quatro anos, o que se nota é que grande parte de eixos destacados pela petista na leitura à Casa segue apenas nas palavras proferidas em microfone ao lado do senador José Sarney (PMDB-AP), ex-presidente da República e que conduzia os trabalhos no primeiro dia daquele ano.

Nas 3.826 palavras ditas ao Congresso há três anos e oito meses, Dilma prometeu reforma política, “para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições, restaurando valores e dando mais transparência ao conjunto da atividade pública”. Falou também em conter a inflação, que “desorganiza a economia e degrada a renda do trabalhador”. “Não permitiremos, sob nenhuma hipótese, que essa praga volte a corroer nosso tecido econômico e a castigar as famílias mais pobres”, destacou à ocasião. Também afirmou que o País veria “luta pela qualidade da Educação, da Saúde e da Segurança”.

Os aplausos recebidos na época nem parecem tão distantes se for levado em consideração que esses temas estão à tona novamente, na corrida presidencial deste ano, já que Dilma Rousseff não conseguiu tirar do discurso muitos pontos que prometera quando assumiu o principal cargo do País.

A reforma política defendida por ela foi enterrada justamente por sua bancada governista no Congresso, no segundo semestre do ano passado. Após manifestações de junho de 2013, a petista veio a público exigir alterações no sistema eleitoral e político brasileiro, como resposta aos pedidos das ruas. Em outubro, vivenciaremos mesmo método de eleição, com palanques duplos, grandes empresas financiadoras de campanha e brechas jurídicas para que candidatos com problemas na Justiça possam concorrer livremente a cargos eletivos.

A inflação que seria combatida voltou aos noticiários no último ano, em especial em junho, quando estourou a meta governamental. Os 6,52% de inflação mensurados pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), acendeu sinal de alerta. O acumulado dos últimos 12 meses ficou em 6,5%, limite do índice estipulado pela administração petista.

A agência norte-americana Bloomberg, no fim de 2013, colocou a Saúde pública brasileira como a pior entre 48 países, atrás de nações como República Dominicana, Argélia, Colômbia, Peru e Equador. No quesito Educação, o Brasil está entre os cinco mais mal avaliados do planeta. O instituto Pearson (ligado ao jornal britânico Financial Times), colocou o sistema educacional nacional na 38ª posição entre 40 nações, à frente somente do México e da Indonésia.

Dilma também prometeu “valorizar nosso parque industrial e ampliar sua força exportadora será meta permanente”. Quatro anos depois, o processo de desindustrialização é real: só no Grande ABC, 34 postos de trabalho neste setor são fechados por dia. Disse ainda que combateria a corrupção, porém viu diversos ministros envolvidos em escândalos e ela mesmo tendo de explicar sua assinatura em relatório para compra de refinaria norte-americana que causou prejuízo bilionário à Petrobras, maior estatal brasileira, que a petista chamou de “símbolo histórico da soberania brasileira na produção energética e do petróleo”. 




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