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Meirelles volta a se defender e garante que fica no cargo
Do Diário OnLine
06/08/2004 | 08:12
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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, voltou a negar, nesta sexta-feira, as denúncias de sonegação fiscal e garantiu que vai permanecer no cargo, já que tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, ele denunciou estar sendo vítima de quebra de sigilo bancário, o que é crime.

Em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da Rede Globo, Meirelles explicou que a conta que manteve no exterior foi fruto de seu trabalho de seis anos nos Estados Unidos. Segundo ele, a conta foi aberta em agosto e fechada no mês de dezembro, quando ele decidiu retornar ao Brasil.

O presidente do BC se defendeu das acusações de sonegação fiscal, afirmando que sua renda foi declarada ao governo dos Estados Unidos e todos os impostos pagos. “Ao contrário do que se vê por aí, recursos saem do país com origem desconhecida”, avaliou.

Ele também comentou a denúncia publicada pelo site da revista Veja, segundo a qual ele teria transferido cerca de US$ 50 mil, em outubro de 2002, de uma conta pessoal nos EUA para outra em nome de doleiros investigados pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado.

Segundo ele, uma pessoa que paga uma conta não tem dever sobre o destino do dinheiro pago. “Quem paga um a conta não tem responsabilidade ética ou legal de controlar o que vai se fazer do dinheiro”, afirmou.

Quanto à possibilidade de deixar o cargo, como fez o ex-diretor de Política Monetária Luiz Augusto de Oliveira Candiota, o presidente do BC garantiu que não pensa em renunciar. “Por respeito ao BC, ao governo e ao povo brasileiro, tenho dado todas os esclarecimentos”.

Ainda segundo as denúncias, Meirelles se disse indignado sobre o vazamento de informações bancárias sigilosas. “Em qualquer país do mundo, seja um presidente do Banco Central ou um cidadão comum, as informações bancárias são tratadas pelos auditores da Receita, de forma sigilosa e técnica. Estão pegando as informações e as jogando de forma distorcida”, defendeu.

Ele ainda denunciou que esse vazamento é crime. “É importante que fique claro que não é ético ficar vazando informações”. Segundo ele, não é porque ele está servindo o país que ele deve ter sua honestidade questionada.

Questionado sobre quem seria o responsável pela divulgação de tais denúncias, Meirelles disse não ter suspeitos. "Não tenho a possibilidade de saber quem está cometendo crimes de divulgação de informações sigilosas".




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