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MLB pede demissão de Benedito Mariano

Movimento de moradia diz que Marinho é de ‘direita’ e ouve desculpas de ex-presidente do PT

Júnior Carvalho
Especial para o Diário
06/12/2014 | 07:08
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Celso Luiz/DGABC


O MLB (Movimento de Lula nos Bairros, Vilas e Favelas) oficializou ontem pedido para que o governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), demita o secretário de Segurança Urbana da cidade, Benedito Mariano, e o comandante da GCM (Guarda Civil Municipal), Cícero Silva, pela condução de reintegração de posse executada em terreno localizado no bairro Cooperativa, na manhã de sábado.

Em ato interno dos manifestantes, realizado na noite de ontem, na Câmara, o ex-presidente do PT de São Bernardo Wanderley Salatiel classificou a atuação como “desastrosa” e pediu desculpas ao movimento “em nome do PT”. Durante o encontro, líderes do MLB não pouparam críticas a Marinho, a quem batizaram de figura da “direita”.

“Se essas pessoas (Marinho) estiveram do nosso lado um dia e agora estão se comportando assim, nós também as consideramos de direita”, discursou uma das coordenadoras do movimento, Gabriela Valentin.

O encontro também reuniu outras centrais ligadas a grupos de moradia e até integrantes do Movimento Passe Livre. Famílias que participaram da ocupação no terreno em São Bernardo reclamaram da conduta “covarde” por parte da GCM e criticaram ausência de decisão judicial determinando a desocupação. “Pegaram a gente na hora do almoço. Já chegaram jogando bombas e não pouparam crianças e idosos”, relatou uma das manifestantes.

As queixas também se estenderam a outras reintegrações realizadas pelo Paço, sob determinação de Mariano. “(A truculência) É uma política de governo. Não foi um ato isolado”, criticou Marcelo Buzetto, integrante do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

O conflito gerado entre representantes do MLB e a GCM durante o processo de remoção das famílias em área particular da Estrada Fukutaro Yida não foi bem digerido por alas do PT de São Bernardo. Integrantes do movimento de moradia e de tendências de esquerda do partido encararam a reintegração de posse como “traição” e criticaram o comportamento de Marinho.

“Nós respeitamos as pessoas que ainda defendem a história do PT. Mas aqueles que traíram essa bandeira nós consideramos como inimigos”, afirmou Gabriela. Um dos participantes do ato citou recente posicionamento do ex-presidente Lula defendendo o diálogo e pedindo que militantes recuperem a relação entre o partido e os movimentos sociais.

VIOLÊNCIA
Vídeos divulgados na internet mostram guardas-civis jogando bombas de efeito moral contra as pessoas que estavam encampadas no terreno. Segundo o MLB, 300 famílias foram retiradas do local. “Nós queremos apurar isso. Queremos saber de quem foi a determinação (para a retirada das famílias)”. O terreno é privado, não é atribuição da GCM”, enfatizou Salatiel. A secretária de Habitação, Tássia Regino, também foi citada como possível responsável pelo episódio. 




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