Economia Titulo Consecutivo
Inflação supera teto da meta pelo quarto mês

IPCA atinge 0,51% em novembro e acumula
em 12 meses expansão de 6,56%, diz IBGE

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
06/12/2014 | 07:23
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Celso Luiz/DGABC


A inflação oficial de novembro atingiu 0,51%, menos do que no mesmo período do ano passado (0,54%), mas com aceleração frente a outubro (0,42%). Com isso, o resultado acumulado em 12 meses, de 6,56%, ficou, pelo quarto mês consecutivo, acima do teto da meta de inflação do governo federal, de 6,50%.

Apesar do resultado, houve desaceleração frente ao acumulado de 12 meses encerrado em outubro, que atingiu 6,59%. No entanto, caso a sazonalidade de dezembro, de expansão no consumo, proporcione resultado igual ao de dezembro de 2013, de 0,92%, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingirá 6,55%. “Difícil não estourar (o teto da meta). Dezembro, fim de ano, conta com a sazonalidade de acentuar a demanda (o que estimula alta nos preços)”, afirma Sandro Maskio, professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo. Seria necessária alta de até 0,87% neste mês para que o teto não seja superado.

Professor de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Bruno De Conti concorda que haverá maior pressão inflacionária por parte da demanda, mas discorda que o IPCA ultrapassa a margem saudável do governo. “Eu diria que não. Ainda que (o resultado de novembro) esteja no acumulado de 12 meses acima da meta expandida, isso inclui o valor de dezembro de 2013, que foi alto.”

De Conti destacou ainda que, neste ano, a inflação proporcionada pelo aumento dos combustíveis foi menos agressiva ao bolso do consumidor do que o reflexo do reajuste do ano passado. “(O último IPCA mensal) Deve vir menor do que veio de dezembro do ano passado.”

Em 7 de novembro, a gasolina ficou 3% mais cara nas refinarias e impactou em alta de 1,99% aos consumidores, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apura o IPCA. Em 2013, o reflexo do encarecimento ocorreu no índice de dezembro, com inflação às famílias de 4,04%.


Carne tem maior peso no bolso do consumidor com alta de 3,46%

As carnes, que representam 3% do orçamento das famílias, tiveram maior influência na inflação de novembro, de 0,51%. Esses produtos encareceram 3,46% por influência da estiagem, observou a coordenadora do Índice de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina Nunes, por nota. Desta maneira, o grupo alimentos e bebidas acelerou de 0,46% para 0,77%.

As despesas com transportes, influenciadas pela alta da gasolina de 1,99%, também pesaram nas contas, com alta média de 0,43%, contra 0,39% em outubro.

Apresentaram alta também os grupos habitação (0,69%), despesas pessoais (0,48%), saúde e cuidados pessoais (0,42%), vestuário (0,39%), educação (0,21%) e comunicação (0,08%). Artigos de residência teve queda de 0,04%.




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