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Preços
Botijão de gás chega a R$ 80 no Grande ABC

Variação de preço pode atingir até R$ 24; em Santo André distribuidora vende a R$ 55,99

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
23/06/2018 | 07:10
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Celso Luiz


O botijão de gás de cozinha já pode ser encontrado custando até R$ 80 nas revendas do Grande ABC. Este valor pode variar em até R$ 24, ou seja, uma média de 30%, já que há preços a partir de R$ 55,99, em revenda de Santo André. Há um ano, os dados mostravam que o preço máximo chegava a R$ 70, ou seja, R$ 10 a menos.

O levantamento foi feito com base nos números disponibilizados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) referentes aos preços encontrados nas seis cidades – não há informações sobre Rio Grande da Serra – na última semana. Os dados mostram que o preço do botijão varia entre R$ 62,08, em Ribeirão Pires, e R$ 80, em São Caetano, que é a cidade com o maior valor, seguida por Santo André, com R$ 79,90 (veja mais na tabela abaixo). Andando é possível achar mais barato, como em uma revenda de Santo André, que custa R$ 55,90.

Na mesma semana de junho de 2017, os números variavam entre R$ 44,99, em Ribeirão Pires, e até R$ 70, em São Caetano. Ou seja, no preço mínimo houve acréscimo de R$ 17,09 no mais barato e R$ 10 no mais caro.

Para especialistas, a alta dos preços no período foi impactada por duas questões principais: a mudança na política de preços na Petrobras, que também afeta o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), matéria-prima do gás de cozinha,e o recente impacto da paralisação nacional do caminhoneiros (leia mais abaixo), que durou 11 dias e teve início no fim de maio.

“Um problema é estrutural e, o outro, conjuntural. O primeiro é que a política de preços fez com que o preço do gás e também do combustível subisse bastante nos últimos meses. O outro é que toda a questão da greve dos caminhoneiros agravou mais a situação, por conta do desabastecimento em alguns lugares e do aumento do preço do frete”, afirmou o economista e coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero. 

A Petrobras passou a considerar o preço de paridade de importação, formado pelas cotações internacionais do produto mais os custos que importadores teriam, como transporte e taxas portuárias, por exemplo. O último reajuste do GLP foi registrado em 16 de maio, com acréscimo de 3,6%. Foi o terceiro aumento consecutivo para o produto (7,1% em 8 de maio e 4,7% em 27 de março).

De acordo com o presidente da Asmirg-BR (Associação Brasileira dos Revendedores de GLP), Alexandre Jose Borjaili, durante a greve as despesas operacionais das revendas sofreram impacto com os gastos com manutenção, o que agravou ainda mais a situação. “Nosso custo praticamente dobra quando as vendas caem, como aconteceu neste período. Além disso, teve todo este problema do transporte, pagamento de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), então temos de nos virar. Gera um desequilíbrio, todo mundo entra em uma situação de fragilidade, incluindo o consumidor e o revendedor, que tenta equacionar no melhor valor possível”, explicou. Além disso, ele também ponderou que a localização do espaço, marca do produto e demais serviços oferecidos também podem influenciar no preço final disponibilizado ao consumidor.

Apesar do levantamento da ANP, alguns revendedores ainda conseguem deixar os preços mais baixos do que a média regional. Caso do proprietário da Distribuidora União, localizada em Santo André, Salomão Carvalho. O preço do botijão fica por R$ 55,90.

“Eu consigo manter por conta do que é repassado no preço e também porque não sofri com o desabastecimento durante a greve. Apesar disso, as vendas caíram. Antes da paralisação vendíamos 140 botijões por dia, agora vendemos 90. Isso porque o pessoal comprou bastante no mês passado, com medo de ficar sem gás”, disse o dono do estabelecimento.

Na greve de caminhoneiros produto teve elevação de 9%

Considerando os preços do botijão de gás de cozinha no Grande ABC antes da paralisação dos caminhoneiros, o aumento durante o período chegou a 9%. É o que aponta o levantamento do aplicativo Chama – marketplace que conecta revendedores e clientes – que mostra que antes da greve o preço médio era de R$ 67.

Durante os 11 dias que durou o movimento, o preço médio registrado pelas revendas regulamentadas passou para R$ 73, o que representa aumento de 9%. Passado este período, o preço médio do botijão na região teve leve redução, passando para R$ 72 – queda de 1,5% em comparação ao preço praticado no pico da crise, mas ainda 7,5% acima do custo médio do botijão registrado em maio, antes da greve dos caminhoneiros.

De acordo com o diretor de marketing do Chama, Otávio Tranchesi, isso ocorreu por conta do tempo de regularização do serviço, que pode ser maior do que o da gasolina nos postos de combustíveis, por exemplo.

“O gás tem de ser recolhido da loja, abastecido e depois devolvido para loja, ao contrário dos postos de combustíveis, que são abastecidos por caminhão. Normalmente, ele tem um período mais custoso. As pessoas que revendem gás também tiveram prejuízos na época e, obviamente, como tudo está mais alto depois da paralisação, o gás também acompanha isso”, afirmou.

Apesar de não abrir número de revendedores na região por questões estratégicas, o Chama conta com mais de 2.000 estabelecimentos cadastrados na sua base. O aplicativo atua na Grande São Paulo, incluindo a região, Belo Horizonte, em Minas Gerais, e também em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. 




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