Imagens divulgadas pela internet na noite deste sábado supostamente mostravam um militante islâmico assassinando Goto, mesmo após dias de negociação por parte de diplomatas para salvar o homem. A filmagem, publicada em sites ligados ao Estado Islâmico, trazia a mesma marca d'água presente em outras gravações do grupo.
O vídeo está intitulado "Uma Mensagem ao Governo do Japão" e traz um militante que se parece e tem o mesmo sotaque inglês de um suspeito que apareceu em outras gravações de decapitação divulgadas pelo grupo extremista. Goto, ajoelhado e vestindo um macacão laranja, não disse nada durante o quase um minuto da filmagem.
"Abe", diz o militante, referindo-se ao primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abre, "devido à sua decisão imprudente de participar de uma guerra impossível de ganhar, esse homem não vai apenas matar Kenji, mas vai ainda mais fundo e perpetrar massacres onde quer que encontre seu povo. Que o pesadelo do Japão comece."
Autoridades norte-americanas também disseram estarem trabalhando para confirmar a autenticidade das imagens. "Nós vimos o pretenso vídeo que mostra o cidadão japonês Kenji Goto sendo assassinado pelo grupo terrorista", afirmou a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, Bernadette Meehan. "Os Estados Unidos condenam de forma veemente as ações do Estado Islâmico e pedimos a liberação imediata de todos as vítima restantes. Nós seguimos solidários ao nosso aliado Japão."
A gravação publicada neste sábado elevou a preocupação da comunidade internacional com a vida do piloto jordaniano que estava com os japoneses quando eles foram capturados. No começo desta semana, a Jordânia se ofereceu para soltar um prisioneiro da Al-Qaeda em troca da liberação do piloto, mas a negociação não foi para frente. O porta-voz do governo do país, Mohammed al-Momani, não quis comentar o suposto assassinato do japonês.
Goto, um jornalista freelancer de 47 anos, foi capturado em outubro, ao viajar à Síria para tentar negociar a libertação de Haruna Yukawa, uma colega sequestrada pelo Estado Islâmico. Yukawa supostamente já havia sido assassinado, embora ainda não tenha sido possível confirmar a autenticidade do vídeo que mostra sua morte. Fonte: Associated Press.
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