Economia Titulo Indústria
Químicas enfrentam
barreiras na região

Estudo aponta potencial do setor e sugere
mudanças em leis de zoneamento e incentivo fiscal

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
24/07/2014 | 07:48
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Marina Brandão/DGABC


A indústria química do Grande ABC está com um potencial de crescimento represado. As principais barreiras são as leis municipais de zoneamento e a falta de estímulos fiscais para investimentos na região.

Esta é a conclusão do presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Competitividade da Cadeia Produtiva do Setor Químico, Petroquímico e Plástico do Brasil, o deputado federal Vanderlei Siraque (PT-SP), com base no estudo Situação e Perspectivas da Indústria Química no ABC.

É necessário repensar as questões de zoneamento e os incentivos para as empresas. E desincentivar a ampliação de prédios”, argumentou Siraque, que apresentou ontem o trabalho na Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André). “Pretendemos divulgar os dados para outras entidades, empresários e vereadores.”

Siraque diz que a indústria química caminha muito bem e tem potencial para expandir. Mas barra em áreas que são residenciais e que cada vez mais ganham prédios. “É triste ver terrenos de indústrias químicas antigas dando lugar a empreendimentos residenciais que não geram emprego e renda. Sem contar que desenvolve um conflito social por causa da infraestrutura, que não suporta mais gente. Temos que pensar se queremos uma região dormitório no futuro”, criticou.

O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Raimundo Suzart, lembrou ainda que as áreas que estão afastadas das residências também têm barreiras para a expansão do setor, pois são protegidas pelo fato de a maioria ser região de mananciais, ou seja, de preservação.

Siraque também destacou a importância das químicas do Grande ABC para o País. Em relação ao faturamento líquido, as companhias regionais de tintas e vernizes representam 63% do total no País, as de transformação de borracha, 45%, e, as de limpeza doméstica, 33%.

Produtividade cai 4,5% por ano, mostra levantamento

A falta de estímulos para a indústria química, destaca o estudo Situação e Perspectivas da Indústria Química no ABC, gerou queda média anual de produtividade do setor, na região, de 4,5% no período de 2002 a 2012.

Desta maneira, o trabalho e a remuneração também sofreram influência. A indústria química garantia ao fim de 2012, 50.169 empregos, número que cresceu anualmente, durante os dez anos analisados, 1,6% em média, abaixo do resultado nacional, de expansão de 3,9%. O salário médio, de R$ 3.038, igualmente aumentou menos do que a média do País, com 0,6% contra 1,5% ao ano.

Grande ABC tem 93% do parque formado por pequenas e médias

Cerca de 93% da indústria química da região é formada por pequenas e médias empresas, que precisam muito de incentivos para expandirem, destacou o deputado federal Vanderlei Siraque (PT-SP). Mas ele citou a Braskem, gigante mundial, como uma das incentivadoras do estudo e também do crescimento da cadeia.

Como exemplo de que a região é um bom lugar para se investir, a Braskem faz aporte de R$ 238 milhões para, a partir de 6 de setembro, realizar parada técnica para modernizar suas fábricas no Polo Petroquímico do Grande ABC.  




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