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Política em pauta entre os adolescentes

Jovens também têm se posicionado em meio a discussões sobre cidadania e a sociedade

Tauana Marin
08/04/2018 | 07:05
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EBC


É difícil ficar inerte à situação política que atravessa o Brasil, ainda mais em ano de eleição. Apesar de ser tema denso, tem atraído cada vez mais a atenção dos jovens. Seja em grupo – com amigos ou desconhecidos – ou na internet, qualquer indivíduo deve estar antenado para as decisões e caminhos políticos tomados porque tudo reflete nas nossas vidas de alguma forma.

“O cenário político começou a me despertar interesse em 2013, quando estudantes foram às ruas manifestar (em combate ao aumento da tarifa dos transportes coletivos). Vi que a maioria das pessoas acredita em extremos e costuma a se rotular em um dos lados (esquerda e direita), esquecendo que o mais importante é sempre pesquisar a fundo todas as informações e não chegar a conclusões baseadas em outras pessoas e em posts de redes sociais”, afirma a estudante Beatriz Bueno Campos, 19 anos, de Santo André.

O interesse pelo desenvolvimento da política brasileira e por quais caminhos ela tem passado nos últimos tempos fez com que a jovem antecipasse parte de seu direito como cidadão. “Tirei meu título de eleitor com 17 anos e fui muito bem instruída sobre a importância do voto no cartório eleitoral. Acredito ser importante expressar minha opinião. As manifestações, por exemplo, também são direito descrito na Constituição e devem, sim, serem feitas, respeitando as pessoas e as leis. É uma ótima ferramenta de transmitir a opinião para a sociedade.”

Diante da condenação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, por envolvimento em corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Beatriz é a favor de que as leis sejam cumpridas. “Se ouve descumprimento delas (das leis) por políticos, deve ser imposta a mesma punição dada a qualquer outro cidadão.”

Iniciar essas discussões no ambiente familiar é fundamental na construção do indivíduo, não somente no que tange os assuntos políticos, mas qualquer assunto, seja sobre preconceito, sexo ou racismo, defende Paulo Sérgio Garcia, professor no mestrado profissional em Educação da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e coordenador do Observatório de Educação da Região do Grande ABC Paulista.

Quanto mais cedo esses assuntos forem discutidos entre familiares, mais precocemente a pessoa desenvolve os primeiros esquemas mentais, além de ajudar na construção da personalidade. “Na escola tudo isso será consolidado, mas a essência vem de casa. Até porque, o homem, por sí próprio, é um ser político. Ele toma decisões o tempo todo na vida e está inserido na sociedade. O lar é a primeira sociedade que a criança, e depois o jovem, tem contato”, diz Garcia. 

O andreense Erich Willy Wittmann, 18, sempre encontrou em casa lugar onde pudesse esclarecer suas dúvidas, demonstrar opinião e discutir sobre diversas coisas. “Procuro sempre pesquisar, ler muito sobre os assuntos para poder, assim, criar minha opinião.” 

Para o adolescente, saber história sempre lhe chamou atenção. “A gente precisa ter enbasamento para ter ideias. Vejo sites confiáveis, programas de TV e um pouco de tudo para ficar informado. O que vejo é que muitos amigos meus, por exemplo, não entendem bem o que está acontecendo com o Brasil, entra nas redes sociais, leem um pouco da opinião de todos, inclusive as fakes news, e escrevem algo sem fundamento”, comenta. 

Neste ano eleitoral, Wittmann já está de olho em candidatos. “Fico antenado para ver os jovens que estão entrando para a política e que podem fazer diferente. Só assim podemos ter uma grande reforma.” 




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