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Depois de 18 dias, mecânico volta para casa em Diadema
Por Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
02/04/2011 | 07:11
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O mecânico de Diadema José Carlos Dias, 46 anos, que estava desaparecido desde o dia 14, voltou para casa na noite de quinta-feira.

Ele e a família saíram juntos, porque acreditavam que às 14h do mesmo dia iria acontecer o arrebatamento por Jesus Cristo. Porém, a mulher e os filhos decidiram retornar para casa.

O morador do Jardim Campanário disse que pegou carona em Cravinhos, interior de São Paulo, e surpreendeu a família ao chegar. "Não consegui avisá-los. Foi uma felicidade reencontrá-los e prometi que não vai mais acontecer."

O mecânico disse que caminhava entre 50 a 60 quilômetros por dia pela Rodovia Anhanguera, e o destino final foi Uberaba (MG).

Segundo José, o reflexo da caminhada são as assaduras e o rosto um pouco queimado. "Me alimentava de água e soja e contava com a ajuda de algumas pessoas, que pagavam marmitex. À noite, dormia em postos de gasolina."

José afirmou que a missão foi pregar a palavra da Bíblia nestes 18 dias. "Saí para pregar, como muitos fazem. Conversei com muita gente, chorei com as histórias e descobri qual era a minha missão ao conhecer um padre em Ribeirão Preto. Tinha sonhado há três anos que pregava para ele."

Mas foi em Americana que descobriu que estava sendo procurado pela família, ao passar por uma delegacia. "O policial me reconheceu, perguntou se tinha família e avisou que estavam me procurado. Foi quando percebi que tinha cumprido minha missão e precisava voltar."

Agora, José vai seguir a vida. "Na segunda-feira já vou tirar a segunda via dos documentos e voltar a trabalhar."

HISTÓRIA
Quando a família saiu no dia 14, a mulher e os três filhos de 5, 13 e 16 anos acabaram se perdendo de José e voltaram.

"Nos perdemos próximo ao Metrô Jabaquara, Zona Sul da Capital. Sonhei que isso iria acontecer, porque sabia que meus filhos não iriam suportar.Mas tinha que seguir em frente", disse José.

Questionado sobre o que o levou a essa caminhada, José é objetivo. "Tinha uma missão. Para muitos que não são cristãos é difícil entender que estamos indo ao encontro de Deus."

Ele já entrou em contato com a família do irmão, Pedro José Dias, 49, que foi encontrada segunda-feira em Ourinhos, no interior de São Paulo, após 14 dias sumida.

Questionado sobre o jantar que teria acontecido no dia 13, com a família do irmão e mais oito pessoas, José é enfático. "Foi apenas um jantar."

Ele admitiu que conhece as três pessoas que faziam pregações na Praça da Sé, na região central da Capital. "Eu e meu irmão conhecíamos, mas ninguém nos influenciou. Sempre fomos religiosos, e faz uns três anos que começamos a ler a Bíblia."




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