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Mercosul e Efta: nova parceria
Do Diário do Grande ABC
31/01/2017 | 15:05
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Artigo

Depois de mais de ano e meio de negociações preliminares e de mais de 15 anos de trocas de informações, o Mercosul e a Associação Europeia de Livre-Comércio (Efta, na sigla em inglês), que reúne Suíça, Noruega Islândia e Liechtenstein, aproveitaram a reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, neste mês, não para assinar acordo de livre-comércio, mas para situar as tratativas em patamar mais elevado, colocando fim ao que eufemisticamente chamam de ‘processo exploratório’. Fortemente influenciado pela Suíça – que com a Noruega detêm mais de 95% do volume de negócios do bloco –, o Efta tem interesse em obter maior acesso ao mercado de serviços financeiros do Cone Sul, além de garantir que os produtos de seus laboratórios farmacêuticos circulem com maior facilidade. Ou, então, em igualdade de condições com os medicamentos dos laboratórios da União Europeia, caso também saia do papel o acordo deste bloco com o grupo sul-americano.

Já o Mercosul tem interesse em colocar no mercado do Efta os produtos do seu agronegócio, mas, desde já, sabe-se que esse é obstáculo muito difícil de ser derrubado, já que Suíça e Noruega são países campeões mundiais de protecionismo no setor. As maiores exportações do minibloco europeu são de produtos farmacêuticos, químicos, maquinaria, petróleo, carvão e pescados, enquanto o Mercosul exporta para lá produtos agrícolas, alimentos industrializados, produtos químicos e metais. Em 2016, o intercâmbio comercial (soma de importações e exportações) entre Brasil e Suíça somou US$ 3,4 bilhões. O Brasil exportou US$ 1,6 bilhão e importou US$ 1,8 bilhão, resultando em deficit de US$ 236 milhões. Em comparação com 2015, houve queda significativa (-20%): naquele ano, a corrente de comércio chegou a US$ 4,2 bilhões, com o Brasil exportando US$ 1,9 bilhão e importando US$ 2,3 bilhões, o que resultou em deficit de US$ 436 milhões.

O País costuma vender para a Suíça, principalmente, plataformas de exportação de petróleo, importando medicamentos. As exportações para a Suíça representam apenas 1% da pauta de vendas externas brasileiras e 1,3% das importações, o que se explica pelo fato de que, embora esteja entre os dez países mais ricos do mundo, a Suíça é nação pequena e seu mercado, de modestas dimensões. Seja como for, para o Brasil e para o Mercosul, é importante que essas negociações em Davos avancem o máximo possível, pois acordo com o Efta pode levar a União Europeia a reduzir suas pretensões e exigências diante do bloco sul-americano, acelerando a formalização do tratado.

Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística de São Paulo e da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística.

Palavra do leitor

Poupatempo
Nessa era digital, onde deveríamos reduzir o uso de papéis e, com isso, a proteção de recursos naturais, vemos departamentos da administração pública irem na contramão. O Poupatempo tem prestado relevantes serviços à sociedade, porém está com procedimentos ultrapassados. Para vários deles pedem cópias dos documentos, sendo que poderiam ser digitalizados pelos originais no próprio local. E, pasmem, com tanto espaço no Poupatempo não existe nenhuma empresa para realizar as cópias. Os usuários desse serviço ficam à mercê de atravessadores do lado de fora, que praticam os preços que querem para fazer as cópias. No Poupatempo de Mauá é necessário sair, atravessar duas pistas e entrar em comunidade para fazer cópias em um bar. Em São Bernardo chama a atenção o preço absurdo do estacionamento. Em nenhuma dessas unidades presenciei o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros visível aos usuários. Sempre é tempo de melhorar os serviços prestados à sociedade. Vamos acompanhar essas melhorias.
Ailton Gomes
Ribeirão Pires

Até o sigilo?
Bola dentro da ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, ao homologar a delação da Odebrecht, interrompida com a morte de Teori Zavascki! Bola fora ao manter o sigilo das investigações, porque o cidadão comum já não entende por que políticos possuem ‘foro privilegiado’. Agora teremos também ‘sigilo privilegiado’?
Beatriz Campos
Capital

Eike – 1
Querem condição mais democrática do que a delação premiada? Premiada porque compromete o delator e o delatado! Mesmo assim é preciso que a Justiça apresente juiz competente, corajoso e atuante, repetindo o caso de Elliot Ness, na acusação de Al Capone! E aqui, no Brasil, com a instituição da safadeza, temos tantos Al Capones livres e desimpedidos pelas próprias autoridades que temos que dar graças a Deus pelo aparecimento de Sérgio Moro. E Moro sabe de sua responsabilidade perante esse povo que, cada dia mais, afirma-se como verdadeiro dono da democracia. Não é por nada que Marcelo Odebrecht está preso! Nem é por nada que Eike Batista parece ter se conscientizado da força maior da nova Justiça brasileira. Inteligente como é, coloca as barbas de molho, desiste daquilo que se considerou fuga antecipada, voando para Nova York, e contando com sua dupla cidadania alemã, onde poderia ficar protegido, mas optando, de modo corajoso, em voltar à sua Pátria, assumindo os riscos de ser acusado e também condenado pela Lava Jato! Parabéns não a Eike, mas a Moro, que se impõe, visto que enfrenta multidão de Al Capones!
Lamir David
Juiz de Fora (MG)

Eike – 2
O recolhimento do empresário Eike Batista a presídio no Rio de Janeiro mostra situação que merece muita reflexão. Em primeiro lugar, a constatação da facilidade de manipulação de verbas públicas. E isso leva em conta que podem acontecer tais procedimentos nos municípios, Estados e até no governo federal. E envolvendo a estrutura pública, a classe política e empresários mal-intencionados. Não pode ser negado o trabalho que está sendo desenvolvido pelos organismos investigativos. O que se espera agora é que os acusados sejam julgados e, sobretudo, que as verbas desviadas sejam devolvidas.
Uriel Villas Boas
Santos (SP)

Eike – 3
Eike Batista paga o preço pela sua ganância de comprar facilidades e de ter se aliado a políticos corruptos nesta era das quadrilhas montadas pelo PT, de Lula! Lógico que essa prisão, como também a de outros poderosos empresários, políticos etc, é consolo para nós, brasileiros, que estamos enojados com essa excrescência de desvio de recursos públicos. Ele poderia participar como convidado no quadro Chefe Secreto, do Fantástico, e entrar disfarçado no presídio de Bangu, no Rio, apresentando-se como suposto traficante de corruptos, reconhecendo o caos dos presídios do País e também que o crime não compensa.
Paulo Panossian
São Carlos (SP)

Processo
A respeito da reportagem ‘Ex-vereador de Rio Grande é investigado por não comparecer ao serviço na GCM em Ribeirão’ (Política, dia 29), a Prefeitura de Ribeirão Pires esclarece, conforme informações disponibilizadas à reportagem, que o processo administrativo disciplinar que irá apurar supostas infrações pelo servidor foi aberto em 2016 (processo número 2016/5902). Portanto, ao contrário do que informou o Diário, o processo foi aberto pela administração anterior. A atual gestão está dando sequência ao trâmite legal do processo.
Prefeitura de Ribeirão Pires 




Comentários

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