Economia Titulo
Brasil foi 2º mais afetado pela crise entre países do Bric
01/09/2010 | 07:01
Compartilhar notícia


O Brasil foi o segundo país do chamado grupo Bric (que ainda inclui Rússia, Índia e China) a ser mais afetado pela crise financeira internacional, segundo estudo divulgado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Segundo o documento Indústria Brasileira em Foco, a produção industrial do País recuou 2,5% entre setembro de 2008 e junho deste ano, impacto bem menor do que registrado na indústria russa, que teve queda de 32,1% no mesmo período.

Já a indústria dos territórios indiano e chinês foram mais resistentes à crise, uma vez que cresceram 14,7% e 24,3%, respectivamente, desde o agravamento da turbulência global.

Para a CNI, portanto, a retomada da atividade industrial nos Brics está sendo diferenciada. A entidade destaca que, apesar do atual ritmo similar de crescimento das indústrias brasileira e indiana, o impacto no Brasil foi maior no fim de 2008, ocasionando essa diferença no acumulado desde então.

O economista da CNI Marcelo de Ávila considera que a queda mais acentuada na economia russa está relacionada à alta insegurança jurídica no país, enquanto o bom desempenho chinês é reflexo da adoção do câmbio desvalorizado, que preserva as exportações da China.

O economista também ressalta que, enquanto vários países desenvolvidos ainda patinam na crise, China, Índia e Brasil estão liderando o crescimento global. "Essas três economias serão preponderantes no cenário futuro, não só pelo ritmo mais forte de crescimento, mas pela robustez que têm adquirido no cenário econômico mundial", completa.

Ávila disse que a indústria brasileira deve zerar o recuo de produção ocorrido durante a crise financeira internacional e manter o ritmo de crescimento a partir do terceiro trimestre deste ano. "Em março, a indústria brasileira já havia ultrapassado o nível pré-crise, mas após três meses de queda retornou para um patamar inferior", afirmou. "Depois dessa acomodação, acredito que vamos voltar a crescer de maneira sustentável ainda no terceiro trimestre", completou.

O documento da CNI aponta que a crise financeira afetou mais a Rússia, que registra queda de 32,1% na produção desde setembro de 2008. "A recuperação da Rússia só deve ocorrer em 2011", diz o economista.

Em relação a Índia e China, que, ao contrário de Brasil e Rússia, registraram crescimentos de 14,7% e 24,3%, respectivamente, o economista destaca que o impacto inicial da crise foi menor nos gigantes asiáticos.

Além disso, o desempenho da China tem sido favorecido pela taxa de câmbio depreciada que torna competitiva as exportações. "Se o Brasil tivesse uma taxa de câmbio mais equilibrada, com certeza teria sofrido menos", concluiu Ávila.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;