São Paulo recebeu em 1954 perto de 100 mil naturais de outras unidades da Federação ou, mais exatamente, 94.326 pessoas.

Esse número compreende apenas os trabalhadores matriculados na Secretaria da Agricultura, não incluindo aqueles que alcançaram o território paulista sem passar pela fiscalização oficial, nem os que transferiram residência para esse Estado.

O Leste e o Nordeste continuam a fornecer os maiores contingentes, na ordem seguinte: Bahia (26.289) e Minas Gerais (23.892) somaram mais de 50% do total. Duas outras levas importantes foram as de Alagoas (15.442) e de Pernambuco (14.855).

O Estado de S. Paulo, 7-7-1955, p. 9.

Professor Alexandre Takara discorre hoje sobre o trabalho de Cristina Toledo de Carvalho, historiadora da Fundação Pró-Memória de São Caetano, apresentado no Museu Octaviano Gaiarsa, de Santo André.

Cristina lança hoje livro sobre o tema, perpetuando a ação da Sociedade Beneficente Brasil Unido. Lembramos sempre do prefeito Raimundo da Cunha Leite, um intelectual migrante o qual São Caetano – e o Grande ABC – devem citar e se orgulhar. Raimundo foi um dos esteios da Brasil Unido.

Na arte, divulgada pela Pró-Memória, o convite para que todos acorram a São Caetano nesta noite especial.

Inclusão social

Texto: Alexandre Takara

Cristina Toledo de Carvalho, graduada em História e mestre em História Social pela PUC/SP, historiadora da Fundação Pró-Memória de São Caetano e integrante do Conselho Editorial da revista Raízes, dissertou sobre Migrantes amparados: a atuação da Sociedade Beneficente Brasil Unido junto aos nordestinos de São Caetano (1950-1965).

O período a que a autora se refere é importante na história do município. Alguns anos antes, São Caetano se emancipara de Santo André. O município teve o seu desenvolvimento econômico acelerado com a implantação da indústria automobilística em São Bernardo, ao longo da Via Anchieta, e com o estabelecimento de indústrias de autopeças. Aconteceu no Grande ABC o que acontecera em outras partes do mundo: a industrialização provocou a migração e a urbanização.

Muitos dos migrantes eram nordestinos vindos dos recantos mais remotos desse Brasil profundo, em condições precaríssimas de sobrevivência em uma metrópole. Muitos sem educação formal, saúde precária e sem documentos civis como o registro de nascimento e casamento. Criou-se a Sociedade Beneficente Brasil Unido, com vistas a ampará-los.

O município já tinha uma classe média sólida composta, sobretudo, de imigrantes italianos. Estes tinham se autoafirmado econômica, política e socialmente. Eles escreveram a história oficial da cidade. E os nordestinos? Tinham de conquistar um lugar ao sol e incluir-se na comunidade são-caetanense.

Como se deu a inclusão? A quantidade se qualifica. Já havia um número muito grande de habitantes dessa origem e, tendo se constituído um eleitorado expressivo, elegeram vereadores e um prefeito. E graças ao trabalho e aos estudos, conseguiram ascender-se econômica, social e politicamente. Muitos nordestinos e seus descendentes possivelmente desconheçam a importância da Sociedade Beneficente Brasil Unido nesse processo de inclusão social.

Em 7 de julho de...

1915 – Instaladas as enfermarias da Santa Casa de Misericórdia de São Bernardo, atual Centro Hospitalar Municipal de Santo André.

A guerra. Do noticiário do Estadão: ‘Conquista de trincheiras pelos ingleses na Bélgica’.

1930 – Delegado de polícia de São Bernardo, Pedro Piva, remete à chefatura em São Paulo a quantia de 1:300$000, proveniente de multas impostas a banqueiros do jogo do bicho na região.

1935 – Disputada prova de pedestrianismo em Santo André, com a participação de atletas de toda a região.

1970 – Instituído o PIS (Programa de Integração Social). Objetivo: integrar o empregado do setor privado com o desenvolvimento da empresa. O pagamento do PIS é responsabilidade da Caixa Econômica Federal.

Diário há 30 anos

Domingo, 7 de julho de 1985 – ano 28, nº 5870

Manchete – Moradia popular não paga IPTU ano que vem em Mauá

Santos do Dia

- Félix de Nantes

- Ilídio

- Vilibaldo. Era príncipe saxão. Bispo de Eichstadt, na Baviera. Acompanhou Bonifácio na evangelização da Germânia. Morreu em 790.