Esta oferta de títulos, destinada principalmente a investidores estrangeiros, vai contribuir captar um montante extra de dólares, para o BC ter maior capacidade de ação no mercado cambial, castigado por turbulências externas e internas.

A moeda local se desvalorizou 27% em relação ao dólar desde o início do ano, o que compromete as metas do governo. As autoridades locais anunciaram há quinze dias que vão gastar US$ 10,8 bilhões adicionais para dar maior liquidez ao mercado cambial.

A origem destes recursos é variada e inclui esta operação de venda e também a utilização de 3,8 bilhões de dólares de um empréstimo de US$ 41,5 bilhões concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em novembro de 1998.

As ações da Petrobras que serão ofertadas correspondem a 3,3% do capital total da empresa. O preços deste papéis caiu 7% em um ano e passou de R$ 56 para R$ 52 (US$ 22).

Eleazar de Carvalho, diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), institução responsável pela venda de ações, garantiu que a oferta de títulos não foi preparada para aumentar as reservas internacionais do Brasil, utilizada para intervir no mercado cambial e reduzir a pressão sobre o dólar.

Neste dia, a companhia vai anunciar esta venda de títulos em vários países europeus e nos EUA e os investidores vão fazer ofertas entre 11 e 17 de julho. No dia 18, será anunciado o preço da ação e o valor total e data da venda.

No ano passado, foram vendidas 180 milhões de ações da companhia, correspondente a 28% do capital com direito a voto da empresa, numa operação especialmente destinada a trabalhadores da companhia.

Mesmo com esta venda de ações, o governo continua com 55% do capital da Petrobras.