Artigo

Em eleição norte-americana marcada pelo enfrentamento de temas ditados por Trump, os democratas retomaram o comando da Câmara de Representantes e ampliaram sua presença nos governos estaduais, mas sabem que se defrontarão com sérios desafios. Tradicionalmente, os resultados de eleições de meio de mandato (midterm) são desfavoráveis ao partido do presidente. Desde 1934, das 21 eleições de meio de mandato realizadas, o partido instalado na Casa Branca só obteve maioria na Câmara em três vezes, e em cinco no Senado.

O Partido Republicano estava no comando do Congresso desde 2011, quando obteve maioria em eleição no meio do primeiro mandato do ex-presidente Barack Obama.

A perda da maioria traz dificuldades para aprovação de projetos do governo e, com isso, diminui a eficiência do mesmo no cumprimento da agenda que deu a vitória ao candidato do partido no pleito presidencial.

Sobre a agenda de Trump, reposta nesta eleição, mais do que as divergências tradicionais em temas que opõem os republicanos e democratas, a radicalidade com que questões relacionadas a política de imigração, redução de programas sociais, porte de armas, protecionismo comercial, abandono de acordos internacionais – como o Acordo do Clima de Paris, Acordo Nuclear com Irã, entre outros – tem feito aflorar ‘o pior da América’. Ferindo instituições como a imprensa, ao perseguir jornalistas e veículos de comunicação, além do uso das chamadas fake news para atacar seus opositores, o governo Trump vem confrontando até a própria Constituição ao ameaçar extinguir por decreto a nacionalidade por nascimento, garantida pela 14ª Emenda Constitucional.

O uso intensivo e aético de internet e redes sociais que Trump fez e tem feito para se eleger e para governar tem tornado essas práticas efetiva ameaça à democracia, estimulando processos de radicalização e culto do personalismo, suprimindo instâncias de representação e mediação, e já copiado em outros países, como são conhecidos os casos de Itália e Brasil.

Está posto a partir de agora, especialmente ao Partido Democrata (que é oposição ao partido no governo), a tarefa de representação e defesa dos valores e projetos para os quais seus integrantes foram eleitos, e construírem nova agenda política que embase a sua ação parlamentar e a disputa presidencial de 2020.

E que na busca de novas lideranças, claramente demandada pelos eleitores, o partido não caia na cilada de querer produzir para o próximo pleito um ‘Trump democrata’.

Arnaldo Francisco Cardoso é cientista político, pesquisador e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Palavra do leitor

Ridículo
Na cerimônia de comemoração da Carta Magna, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) lembrou ao presidente eleito respeito à Constituição (Política, dia 7). Poderia ser hilariante não fosse ridículo e ultrajante, pois, mais uma vez, age como o macaquinho que senta em cima do rabo para falar dos outros, tendo em vista ele e seus pares ignorarem a Constituição, sem o mínimo pudor, para livrar amigos ‘do peito’. Vale lembrar que, de todas as ‘otoridades’ presentes à cerimônia e mostradas pelas câmeras, a única pessoa que demonstrou respeito ao ouvir o Hino Nacional foi o presidente.
Aparecida Dileide Gaziolla
São Caetano

Encargos
Parabenizo a Prefeitura de Santo André, o prefeito e os vereadores pela iniciativa de atenderem aos munícipes com mais encargos. Outrora utilizávamos o estacionamento do Paço e tínhamos gratuidade. Agora, pelo que vi, são R$ 7 a primeira hora e mais R$ 3 pelas subsequentes. E, após as 18h, tarifa única de R$ 15, sendo que em todo município após as 18h o rotativo é isento. Além do que, estive, dia 6, em evento no Teatro Municipal, que já foi referência para outros teatros de São Paulo, e vi que, hoje, infelizmente, deixa a desejar, pois o ar-condicionado não estava ligado ou estava quebrado (muito abafado). Fora as poltronas, em estado lastimável.
Carlos Alberto Frabetti
Santo André

Salários do STF
Inoportuna a votação diante da crise econômica que assola o País (Política, ontem). Em breve este Senado imoral será substituído, além do atual presidente, que foi demitido pelas urnas do Ceará, Eunício de Oliveira. A atitude oportunista não surpreende ninguém, pois faz parte da cultura política votar certas pautas ao apagar das luzes. Os congressistas pensam neles próprios, em seus bolsos e em seu futuro, pois muitos estão com o rabo preso e precisam das bênçãos dos poderosos. Dinheiro para Saúde, saneamento e Educação não tem, mas para os marajás nunca falta. O nome desses senadores deve ficar na memória dos eleitores para que na próxima eleição não sejam esquecidos. Os desempregados que se virem, porque a elite dos funcionários públicos, essa vai bem, obrigada.
Izabel Avallone
Capital

Golpe
Conforme reportagem neste Diário (Política, dia 7), o presidente da Câmara de minha cidade, Mauá, Admir Jacomussi, pretente estender licença do prefeito de 30 para 120 dias, o que leva a crer que pretende beneficiar especificamente seu filho, que está em processo de condenação na Justiça. Conclamo a vocês, meus amigos munícipes, a ficarem atentos para sabermos como votarão os nossos vereadores. Veremos se estes estão do lado do bem ou do mal. Já, já tem eleição. Precisaremos escolher. Deus abençoe Mauá.
Rosângela Caris
Mauá

Improbidade
É profundamente lamentável ter de ler nas páginas deste Diário mais uma reportagem negativa a respeito da administração do prefeito Lauro Michels, de Diadema, desta vez sobre o risco que corre de ser condenado por improbidade administrativa, conforme denúncia feita pelo Ministério Público local (Política, ontem). Quase todos os dias ou semanas este respeitado periódico traz notícia relacionada a alguma irregularidade cometida pelo prefeito, o que, certamente, macula seu nome, que na sua primeira campanha a prefeito despontava como esperança para os munícipes, por ser sobrinho-neto do falecido prefeito Lauro Michels, eleito por duas gestões. Lógico que, caso seja condenado, terá pleno direito de defesa em instância superior, mas esse fato já demonstra a incompetência da gestão e a falta de assessores especializados, principalmente na área jurídica, para alertá-lo de que o procedimento de contratação de empresa fundo de quintal era ilegal.
Arlindo Ligeirinho Ribeiro
Diadema