Economia Titulo Greve de caminhoneiros
Frutas já estão até 15% mais caras

Devido à greve dos caminhoneiros, que entra no 11º dia, maçã, pera, mamão, tomate e batata provenientes de outros Estados registram alta na Craisa

Marina Teodoro
Especial para o Diário
28/02/2015 | 07:18
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Orlando Filho/DGABC


Algumas frutas e verduras já estão de 10% a 15% mais caras na região devido à greve dos caminhoneiros, que hoje entra no 11º dia, bloqueando as principais rodovias de todo o País e comprometendo a entrega de alimentos. O aumento já é visto na Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), que fornece hortifrúti para estabelecimentos de pequeno e médio portes das sete cidades.

Para o supervisor de abastecimento da Craisa, Nicácio Leão da Costa, os efeitos da greve já começaram a aparecer. “Frutas que vêm de outros Estados, como maçã, pera, mamão, tomate e batata já apresentam reajuste.” Conforme Costa contou ao Diário, na quarta-feira, alguns revendedores compram maçã e pera da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo), onde desde então já foi notado alta nos custos devido ao desabastecimento no local.

De acordo com Costa, esse é um efeito em cadeia que deve atingir feiras, mercados e sacolões do Grande ABC nos próximos dias. “Os aumentos dos preços tendem a ser repassados. Mas é algo pontual, se a greve acabar na semana que vem, os preços voltarão a cair.”

Por enquanto, não há registro de falta de produtos na Craisa. O estoque continua abastecido, e essa inflação acompanha movimento do setor. “Como o mercado regulou o custo dos alimentos por conta da greve, todos os fornecedores fazem o mesmo.” Costa afirma que as hortaliças, entretanto, não devem sofrer inflação, devido à proximidade dos fornecedores, situados em Mogi das Cruzes, Salesópoles e Sorocaba.

NA PONTA - A reportagem do Diário percorreu alguns supermercados da região para verificar se, na ponta, o consumidor já sente no bolso os impactos da paralisação dos caminhoneiros. A média dos preços, porém, se manteve fiel à pesquisa realizada pela Craisa durante segunda e terça-feira.

Gerentes de supermercados e sacolões comentam que não houve nenhum aumento expressivo nos preços dos produtos devido à greve, por ora, devido aos estoques. Para Fábio Lacerda, gerente do Nagumo, em Santo André, houve reajuste insignificante. “Frutas e legumes tiveram ligeiro aumento, mas nada que faça diferença no bolso do consumidor. As verduras mantiveram os preços”, afirma Lacerda.

De acordo com o levantamento da Craisa, o quilo do tomate está, em média, R$ 4,77. O da batata, R$ 3,79, da cebola, R$ 3,26, da banana, R$ 2,07, e maço de alface, R$ 2,36. Os valores são semelhantes aos expostos nas prateleiras ontem.

Para a aposentada Sônia Ribeiro, 64 anos, de São Bernardo, ao perceber que a paralisação estava provocando desabastecimento em algumas partes do País, achou melhor se prevenir. “Corri para o sacolão, para garantir a feira da semana que vem.”

Entre os sacolões da região, onde a média costuma ser um pouco mais alta do que nos supermercados, os preços também continuam sem aumento, de acordo com gerentes e consumidores. “Vou ao sacolão duas vezes por semana, entre quarta-feira e hoje (ontem) não houve nenhuma mudança”, afirma a esteticista Luana Coimbra, 40, de Santo André. 




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