Política Titulo São Bernardo
Para diretor do TCE, fim da PPP do Lixo foi legal

Parecer da fiscalização da Corte valida procedimento de Morando em encerrar contrato

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
21/09/2017 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Um dos diretores de fiscalização do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Alexandre Dutra Lopes de Carvalho apontou legalidade na rescisão de contrato entre a Prefeitura de São Bernardo e a SBC Valorização de Resíduos Sólidos, assinada em julho. O parecer técnico está inserido no processo de análise da PPP (Parceria Público-Privada) do Lixo, firmada em 2011 pelo governo do ex-prefeito Luiz Marinho (PT), sob valor de R$ 4,3 bilhões.

O documento dá tranquilidade ao prefeito Orlando Morando (PSDB), porque havia risco de o corpo técnico do TCE encontrar falhas no procedimento do encerramento do vínculo com o consórcio. A PPP ainda passará por crivo final de um conselheiro do TCE – por enquanto o caso está sob responsabilidade do conselheiro substituto Antonio Carlos dos Santos.

Dois fatores embasaram Morando na decisão de romper o acordo com a SBC Valorização: a falta de construção da usina de incineração de lixo, a despeito de as mensalidades serem depositadas integralmente e a ausência de remediação do terreno do antigo lixão do Alvarenga, duas exigências contratuais. A SBC Valorização alega que não recebeu autorização da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) para levar adiante a usina e que honrou os serviços de coleta e destinação dos resíduos.

“O parecer técnico favorável representa uma vitória para São Bernardo, uma vez que o respeito ao dinheiro público está ocorrendo. O atual governo buscou, desde o início, fazer justiça aos gastos, mediante aos serviços contratados”, disse Morando.

No mesmo parecer, o diretor Alexandre Dutra Lopes de Carvalho indica inconsistências em dois aditamentos contratuais feitos ainda no governo Marinho. Uma das prorrogações do acordo previa a supressão de 21,56% no valor mensal pago à SBC Valorização, porém, para Carvalho, “sem elementos capazes de demonstrar a realização de estudos técnicos para determinar os percentuais que deveriam ser reduzidos em cada um dos itens que compõem a concessão nem tampouco o impacto das supressões efetivadas”. Ou seja, a gestão anterior reajustava as quantias sem critérios ou estudos claros, para ele.

Com a rescisão, a SBC Valorização ficará apenas até o fim do ano explorando o serviço em São Bernardo. Houve também definição de redução no repasse mensal para a empresa, descontando índices relativos à usina de incineração de resíduos sólidos e da remediação do antigo lixão.

O governo Morando avisou ainda que, por meio da PGM (Procuradoria-Geral do Município), fará outras considerações antes da análise final do contrato por parte do conselho do TCE.

O Diário não conseguiu localizar os responsáveis pela SBC Valorização para comentar o caso. 




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