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Ex-jogadores pedem reconhecimento

Atletas dos anos dourados do Azulão se dizem chateados por não receberem homenagens do clube

Marcelo Argachoy
Especial para o Diário
09/04/2017 | 07:10
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Milton Michida/Estadão Conteúdo


 O ano era 2000. Na época, com apenas 11 anos de existência, o São Caetano se beneficiou do regulamento confuso da Copa João Havelange para colocar seu nome na história.
A equipe derrubou gigantes como Fluminense, Palmeiras e Grêmio e se sagrou vice-campeã brasileira, fato conquistado novamente no ano seguinte. Em 2002, o Azulão chegou às finais da Copa Libertadores, perdendo nos pênaltis para o Olímpia, do Paraguai.
Estes grandes feitos do São Caetano passaram pelos pés de jogadores como Adhemar, Esquerdinha, Dininho, dentre outros. Pouco mais de 15 anos depois, os atletas se dizem chateados com a forma que o Azulão tem tratado seus maiores ídolos.
O ex-zagueiro Dininho, que vestiu a camisa azulina em mais de 500 jogos, é um deles. “A memória no futebol é curta. Acho isso uma grande falta de respeito com o nosso trabalho.”
Dininho relata que, quando deixou o Flamengo em 2009, sua primeira opção foi procurar a agremiação que defendeu por oito anos. “Recebi um ‘não’ e isso me deixou muito chateado. Depois disso nem pisei mais no clube, mas mantenho amizade com muita gente de lá.”
O sentimento é compartilhado pelo ex-atacante Adhemar, maior artilheiro da história do Azulão. “Não tem como desvincular a minha história à do São Caetano. Fico chateado por ver alguns times homenageando atletas que completam 100 jogos, por exemplo, e a gente não ter nem uma partida de despedida ou confraternização. Quando eu ia parar, avisei com um mês de antecedência e, mesmo assim, não organizaram nada.”
O eterno camisa 18 do São Caetano hoje é gerente das categorias sub-15 e sub-17 do Audax. “Se o Azulão me chamasse para cuidar da base do time, seria o maior prazer”, conta.
“Se o São Caetano não é o nosso primeiro time do coração, com certeza é o segundo”, diz o ex-meio-campista Esquerdinha, que pelas suas atuações pela equipe do Grande ABC ganhou até convocação para a Seleção Brasileira. Ele sugere que a diretoria organize jogo comemorativo ou chame os atletas para outro tipo de confraternização.
O ex-lateral-direito Japinha relata que os dirigentes nunca entraram em contato para conversar sobre possível reunião. “Por tudo o que fizemos em 2000, merecemos algum reconhecimento”, destaca.
Em resposta, o presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza rebateu as críticas. “Se eles quiserem algum tipo de reunião, o clube dá apoio total”. Ele revela que, no ano passado, já existiam planos para reunião de personagens históricos para o Azulão, que contaria, inclusive, com a presença do ex-treinador Muricy Ramalho, campeão paulista em 2004 pelo Azulão. “Faltou organização deles e querem jogar a responsabilidade para nós.”
Na opinião de Nairo, possível homenagem devia contemplar atletas presentes em toda a história do São Caetano, não apenas os jogadores das campanhas de 2000 a 2002. Ele defende que os atletas que fizeram parte das conquistas da Série A-3 em 1991 e 1998 também merecem ser convidados.
Por parte dos ex-jogadores, algumas reuniões ainda são feitas de forma independente do São Caetano. “Tem um grupo de whatsapp, a gente se reúne umas três vezes ao ano”, relata Japinha.




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