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Sérgio Vieira está fora do S.Bernardo

Técnico português não resistiu à derrota para o São Paulo e consequente queda à Série A-2 do Paulista

Por Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
31/03/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Sérgio Vieira não é mais técnico do São Bernardo. Ontem à noite, horas após o rebaixamento do Tigre à Série A-2 do Paulista com a derrota por 1 a 0 para o São Paulo, na quarta-feira, o português e a diretoria acertaram a rescisão do contrato que iria até o término da Série D do Brasileiro. O presidente Thiago Ferreira pretende definir o quanto antes o nome do substituto, uma vez que a competição começa já em maio.

Antes da saída, Sérgio Vieira traçou ao Diário panorama do que levou o Tigre ao descenso e falou ainda sobre a situação no clube. Atletas que renderam menos que o esperado, falhas individuais em partidas decisivas, derrotas inesperadas e o formato do campeonato foram algumas das situações apontadas por ele.

“Decepção maior é obviamente com os desempenhos individuais de alguns atletas nossos. A gente acredita que os jogadores têm maturidade e potencial para colocar no gramado e cometem erros simples, bobos. Não foi por falta de organização, trabalho, planejamento estratégico para os jogos que a gente perdeu. Pequenas desatenções. Não quer dizer que o atleta não tenha qualidade ou potencial”, ponderou Sérgio Vieira que, vale ressaltar, foi responsável pela montagem da maior parte do elenco juntamente com o presidente Thiago Ferreira e o diretor Edgard Montemor Filho.

Quatro foram os jogos citados pelo treinador como fundamentais para o rebaixamento: derrotas para Novorizontino, Ponte Preta (as duas no Interior), além de revés para o Mirassol e empate com a Ferroviária (ambos em casa).

“Perdemos em Novo Horizonte com um gol que estávamos organizados no sistema defensivo, mas houve falha individual do nosso lateral-esquerdo. Depois, perdemos por duas bolas paradas (tiros de meta, contra Mirassol e Ponte Preta) que não se pode sofrer no futebol de hoje em dia. E não foi por falta de treino, de aviso. Em casa a gente tinha obrigação de ganhar, mas sai daí o aprendizado. Tudo passa. A gente tem é que se levantar muito mais forte”, afirmou o treinador.

Outro ponto citado por Vieira foi o formato do Paulistão, com apenas 12 rodadas em dois meses de primeira fase. “O tempo não permite ao jogador amadurecer. Em outros campeonatos, o Falcao Garcia, o Hulk e outros chegam na Europa e têm seis meses para amadurecer. Esses (nossos) jogadores, não. Muitas vezes somos vítimas disso, mas temos que levantar a cabeça e aceitar que as circunstâncias são outras”.

Sérgio Vieira disse gostar de trabalhar no Tigre, o qual elegeu como o melhor onde esteve na carreira. “Temos uma situação, uma cláusula, que se não cumpríssemos certos objetivos, a decisão está na mão da diretoria. E mesmo que isso não estivesse, só estou onde me sinto bem, onde acredito no caminho. Acredito no caminho do São Bernardo. Em 20 e poucos anos de futebol que tenho, com passagens em diversos times aqui e na Europa, em termos de competência e dedicação eu nunca tinha encontrado grupo tão unido, tão dedicado, que se supera perante dificuldades financeiras e falta de estrutura de trabalho, muitas coisas”, afirmou.

“Me sinto bem aqui, mas não é só por isso que vou ficar. As pessoas também têm de se sentir bem comigo e sentir que o caminho é aquele que vai trazer resultados e um futuro risonho. Seja qual for a decisão, estou de corpo e alma à diretoria, porque só tenho a agradecer a competência que tem, parte humana, caráter e personalidade que tem. O clube está de parabéns”, concluiu Sérgio Vieira.
 




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