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Todos prontos para a Folia

Atividades iniciadas nas escolas ajudam as crianças a se prepararem para pular o Carnaval

Tauana Marin
26/02/2017 | 07:13
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André Henriques/DGABC


Muito brilho, cor e animação. São sinais de que o Carnaval chegou. A criançada não fica de fora dessa grande festa, principalmente pelos confetes e serpentinas invadirem as escolas.

Ana Clara Rodrigues Valério, 8 anos, da unidade escolar Jardim dos Pequeñitos Il Sole, de Santo André, está pronta para sua primeira Folia. “Já personalizei minha camiseta. Vamos sair nas ruas com nosso bloco. Estou bastante animada!” A amiga Sophia Martins Braz, 9, também está agitada. “A gente se diverte muito. Vira uma grande festa, já que utilizamos confetes e spray de espuma.”

Além da decoração das roupas e acessórios, o tema se fez presente em várias aulas, como Geografia, História e Inglês. De olho no que aprendeu em sala, Laura Beatriz Martines, 7, é adepta às máscaras. “O Carnaval é uma comemoração muito antiga e, há muitos anos, o Baile de Máscaras era muito tradicional”, diz a menina, que teve todo cuidado em colocar os acessórios combinando. 

A comemoração também rendeu bons momentos em família. Gabriela Farias Bezerra, 8, contou com a ajuda dos pais para elaborar sua camiseta, usada na sexta-feira, no bloco de rua promovido pelo colégio. “Foi bastante divertido. Eles me ajudaram a escolher as cores para decorar minha blusa.” 

Os colegas de classe Gabriela Cardoso e Bruno Cunha de Miranda, ambos com 5 anos, ajudaram a dar nome à comemoração escolar: Bloco da Amizade. E prepararam chocalhos e estandarte (espécie de bandeira-símbolo do projeto) para saírem na rua. “Fizemos nosso samba-enredo: Pequeñitos Na Rua. Adoramos ficar brincando com fantasias”, detalha Gabriela. “Vou usar a roupa do Cat Noir (do desenho Miraculous – As Aventuras de Ladybug)”, revela Bruno.

A galerinha do Colégio Singular, de São Bernardo, também se agitou. “Vamos participar do baile. Está tudo decorado e vamos usar fantasias. Sempre gosto de me vestir da princesa de A Bela Adormecida”, conta Yasmin Moreno Santos, 5. A preferência por vestidos brilhantes também foi a opção de Dara Mayumi Kokado Rocca, 7. “Vou pular o Carnaval dançando muito.”

Julia Bozoviam Ferreira, 7, e João Trentini Castaldelli, 7, se jogam ao máximo na celebração. “Gosto de sambar e de brincar que estou tocando alguns instrumentos”, conta Julia. “Adoro os blocos de Carnaval. Vou com meu pai. Se ele deixasse, ficaria até bem tarde da noite dançando e brincando com o pessoal fantasiado”, afirma João. 

Início da festa tem registro antes da Idade Média

O Carnaval tem origem antiga. Essa manifestação com grande número de pessoas envolvidas tem os primeiros registros na Idade Antiga e já era comemorado por egípcios, hebreus e gregos, a fim de agradecer aos deuses as colheitas de grandes safras. Mas foi na civilização romana – que surgiu no século 8 antes de Cristo – que passou a ganhar força. 

O evento era visto como uma festa pagã, considerada desorganizada e imoral. Na Idade Média, com a chegada da Era Cristã, a igreja começou a tentar conter os excessos do povo durante as festas. Uma solução foi a inclusão do período no calendário religioso. Antecedendo a Quaresma, o Carnaval ficou sendo uma data que termina em penitência na Quarta-Feira de Cinzas, antecedendo a Páscoa.

No Brasil, a celebração chegou com os portugueses, em meados do século 16. A festa teve influências europeia, indígena e africana, por causa do tráfego de negros ao País. Por isso é considerada uma festa híbrida, que reúne diversas culturas e crenças. Em 1700, era comum as pessoas usarem máscaras para saírem nas ruas para celebrar e também protestar. Mas foi no Rio de Janeiro, por volta dos anos 1920, que as famosas escolas de samba começaram a se destacar.

FESTA NAS RUAS E ESCOLAS DE SAMBA

O Carnaval de rua é a maneira mais tradicional de aproveitar a Folia e acontece em grande parte das cidades brasileiras. Blocos e bandas se apresentam com seus hinos e marchinhas características nas capitais e no interior, movendo milhões de pessoas em todo o País, principalmente por ser uma atividade gratuita. A fantasia é livre e fica por conta da criatividade do folião.

Outro tipo de festa são os desfiles das Escolas de Samba, cujos eventos mais importantes ocorrem no Rio de Janeiro e São Paulo. As passarelas recebem centenas de pessoas divididas em alas, carros alegóricos (todo fantasiado, com luzes e movimento), além do grupo da bateria. Cada escola recebe pontuações sobre diversos requisitos e, no fim, quem ficar com maior nota é a campeã. 

FREVO E AXÉ

Considerado o maior bloco de Carnaval do mundo, o Galo da Madrugada surgiu em Recife, em Pernambuco. Ele se apresenta ao som do frevo, acelerado ritmo que mobiliza multidões e que chama a atenção pelos movimentos acrobáticos e sombrinhas coloridas nas coreografias. Bonecos gigantes também são marca registrada dessa  comemoração.

Na Bahia, o ritmo da festa vem ao som do axé, estilo musical que mistura frevo, reggae, forró, maracatu e outras sonoridades. A principal atração baiana são os trios elétricos, idealizados pela dupla Dodô e Osmar. Pelos circuitos de ruas passam artistas como Ivete Sangalo e a banda Chiclete Com Banana. Também há espaço para os blocos afro e afoxés, que resgatam a herança africana em seus acessórios e tambores.

Consultoria de Waldenyr Caldas, professor de Cultura Brasileira da Universidade de São Paulo, e Manoel Vinícius Souza, professor de Geografia do Jardim dos Pequeñitos Il Sole, de Santo André. 




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