Conhecer os moradores do prédio, fiscalizar entrada e saída de estranhos, saber ao pé da letra as regras do condomínio e ficar sempre alerta nas câmeras de segurança são algumas das atribuições de quem escolheu como ofício ser porteiro. Uma trabalho de enorme responsabilidade, portanto. E é baseado na história destes profissionais que o ator Alexandre Lino encena a comédia O Porteiro, com texto e direção de Paulo Fontenelle, que será apresentada hoje, às 19h, no Teatro Municipal de Santo André.

“Ela está dentro das profissões ditas como invisíveis. Conversei com diversos porteiros e muito do que eles contaram está na peça. Uma das coisas tocantes que falaram é: ‘O que a gente gosta é de um bom dia, um cumprimento e até de um abraço’. Eles têm honestidade e paixão pelo que fazem e é doloroso quando alguém sonega um bom dia, um cumprimento”, reflete. A sabedoria que mora na simplicidade deles, ressalta, é o que conquista o público.

Em uma das apresentações no Rio, onde estreou, viu que um dos espectadores chorava copiosamente. “Ao fim, ele se levantou, disse que era filho de porteiro e tudo que eu havia dito era absoluta verdade. Fiquei emocionado.” Mas Lino, que também interpreta um porteiro na série A Cara do Pai, da Rede Globo, garante que a trama arranca mais risadas do que lágrimas.

Na história, Waldisney tem de substituir o síndico durante uma reunião de condomínio. É a oportunidade dele de falar o que pensa aos moradores, que são ‘interpretados’ por integrantes do público. “Antes de começar o espetáculo, já me visto de porteiro e vou para o saguão do teatro conversar com as pessoas e ver quem está mais disposto a participar. O engraçado é que quando começa a interação, já no palco, as pessoas incorporam os personagens e parece mesmo que estamos em uma reunião de condomínio”, diverte-se. Imperdível.

O Porteiro – Teatro. No Municipal de Santo André – Praça 4° Centenário). Hoje, às 19h. Ingr.: R$ 60. À venda na bilheteria e pelo site www.compreingressos.com.br.