Olhando pela janela, ou mesmo andando em meio às ruas, é impossível não perceber o quão a frota brasileira segue um padrão. Mesmo com os mais de 1.000 modelos e versões presentes no portfólio nacional, o consumidor ainda se prende a determinados conceitos e acaba fazendo, praticamente, as mesmas escolhas na hora de comprar carro. Ousar não é muito coisa de brasileiro. Tanto que muita gente que tem R$ 20 mil no bolso e pensa em adquirir um usado ou seminovo acaba olhando para modelos como Celta, Gol e Uno, quase sempre iludidos pela comodidade do pós-vendas.

Mas o fato é que há ótimas opções de modelos (muitas vezes nem tão antigos), que saem pelo mesmo valor, com a vantagem de oferecer itens extras, exclusividade e, em alguns casos, até status em meio ao trânsito. Até hoje, muitos se contorcem admirando modelos do naipe de Alfa Romeo 145, BMW 325i e Jeep Grand Cherokee – que fizeram sucesso nos anos 1990. Há também os mais recentes (e na mesma faixa de preço) como Peugeot 307 e Citroën C4 VTR, datados do final da década de 2000.

Lógico, para entrar nessa o consumidor tem que garimpar. Por exemplo, um Kadett GS (1991) pode ser encontrado por preços que rondam os R$ 8.000, mas para não ter dor de cabeça posterior, compre apenas modelos com boa mecânica e procedência, além de, claro, que esteja com lataria e interior conservados. Porém, isso pode custar mais caro. Está a fim de levar para casa um modelo em estado de seminovo? Então se prepare para desembolsar entre R$ 18 mil e R$ 20 mil.

ESPECIALISTA
Há quem sempre tenha sonhado em mergulhar de cabeça no mundo das peruas (station wagons), mas não quer optar pela Fiat Weekend nem tem grana para desembolsar, por exemplo, quase R$ 100 mil pela configuração mais barata do VW Golf Variant. Então, por que não levar para casa um Renault Mégane Grand Tour ou o imponente Volvo V40? Sim. eles também giram em torno dos R$ 20 mil.

“Se gostou do carro, vá em frente! Só tenha cuidado com manutenção, faça inspeção técnica e leve consigo um mecânico de confiança na hora de avaliar a compra”, alerta o consultor Paulo Roberto Garbossa, da ADK Automotive. A quilometragem alta também é algo relativo, pois às vezes o antigo proprietário rodou pouco, mas em condição extrema. “Deve-se ficar atento ao desgaste, aos possíveis barulhos e às revisões realizadas.”

E não precisa ter medo do fantasma das peças de reposição. “Hoje tudo é globalizado. Senão tiver no Brasil, basta entrar no site da montadora lá fora (do País) e comprar (a peça). O problema é, de fato, o custo maior”, diz o especialista. Sem contar que muitas marcas premium já têm fábricas instaladas no Brasil, o que minimiza as dificuldades.