Embora tenha ganhado aplausos empolgados das arquibancadas, o embate entre piratas e caranguejos gigantes não foi visto por quem estava nas frisas. Ficou a dúvida se os integrantes da alegoria cumpriram a função da comissão da frente - apresentar a escola ao público.
Depois do impacto do homem-bala, o desfile pouco empolgou. O enredo misturava homenagem aos 20 anos de Maricá e à cantora Maysa, que tinha casa na cidade a 60 quilômetros da capital. Foi difícil misturar os dois temas e dar unidade à apresentação. Houve pouca menção à cantora, representada pela nora Tânia Mara, caracterizada pelo maquiador Fernando Torquato.
As alas que se seguiram faziam referência à visita do naturalista inglês Charles Darwin, à economia da cidade, com canavieiros, bordadeiras, e turistas. Até lobisomens apareceram, para lembrar uma lenda local, sobre um escravo que fugiu numa noite de lua cheia.
Christiane Torloni foi a madrinha de bateria e dançou "valsa" com mestre Ciça, durante as famosas paradinhas. Como de costume, muitos outros famosos se apresentaram: Monique Alfradique, Paloma Bernardi, Marina Ruy Barbosa, Susana Vieira, Gabriel Nunes Braga, Jayme Monjardim (filho de Maysa).
Bárbara Evans veio como destaque de chão, numa apresentação que não esteve à altura do legado deixado por sua mãe, Monique Evans, a primeira rainha de bateria do carnaval carioca, em 1984. "Ela estava linda, uma rainha", disse a mãe, no camarote da escola. Por temer comparações, Bárbara não quis ajuda de Monique na sua preparação. Teve aulas de samba. "Eu só dei uma dica: para que ela lixasse o sapato", afirmou Monique.
A escola esbanjou este carnaval. Gastou R$ 15 milhões, dos quais R$ 4,5 milhões doados pela prefeitura petista de Maricá. Havia detalhes banhados em ouro na roupa do mestre-sala Fabrício, que representava o sol, e 15 mil penas de faisões albinos na saia da porta-bandeira Verônica.
Todas as fantasias foram doadas para a comunidade - o que garantiu o samba na ponta da língua.
Mas algumas inovações não chamaram a atenção necessária. A ideia de reproduzir imagens e fotos postadas nas redes sociais com a hashtag #vaigranderio se perdeu. As imagens eram reproduzidas no parabrisa de kombis e fuscas, mas em telas pequenas. O carro também tinha muitos elementos, que não deram destaque às fotografias enviadas.
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