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Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

A renúncia e a resistente corrupção
Por Do Diário do Grande ABC
24/08/2018 | 16:32
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Artigo

Amanhã faz 57 anos que o presidente Jânio Quadros renunciou, depois de governar o País por apenas sete meses de um mandato previsto para durar cinco anos. Líder populista nascido no Mato Grosso do Sul (então Mato Grosso), fez quase toda sua carreira política em São Paulo, como vereador, deputado estadual, prefeito, governador, deputado federal pelo Paraná e presidente da República. O combate intransigente à corrupção, simbolizado pela vassoura, foi seu principal mote de campanha e materializou-se em propostas de severas mudanças econômicas sobre lucro, câmbio e reforma agrária.

No exercício do governo, teve esquisitices para aquele tempo, como regulamentação do carteado, a proibição do biquíni, das corridas de cavalo em dias úteis e do lança-perfume e briga-de-galo, estas duas últimas prevalecendo até hoje. No lugar de memorandos administrativos, governou por bilhetinhos enviados aos auxiliares.

Depois de enviar o bilhete da renúncia ao Congresso, logo após participar do desfile do Dia do Soldado, Jânio voou para São Paulo e permaneceu por 22 horas na base aérea de Cumbica, supostamente à espera da reação popular, que não ocorreu, apesar de ter sido eleito com expressivos 48% dos votos, num pleito de apenas um turno. Ficou célebre a sua afirmação de que renunciou em razão de “forças ocultas” que o impediam de governar. Jamais explicou que forças seria estas. Especulou-se, na época, que o presidente esperava, com o apoio dos que o elegeram, retornar a Brasília, fechar o Congresso e se impor como ditador.

Depois da renúncia, Jânio candidatou-se ao governo de São Paulo em 1963, mas perdeu para Adhemar de Barros, seu tradicional adversário político. Em 1964, teve os direitos políticos cassados por dez anos e em 1968 foi confinado por 120 dias em Corumbá, como castigo por ter criticado o governo militar. Em 1982, filiado ao PTB, concorreu novamente ao governo de São Paulo, sendo vencido por Franco Montoro. Finalmente, em 1985, na restauração das eleições nas capitais, fez-se prefeito paulistano, batendo Fernando Henrique Cardoso, então candidato do PMDB.

Jânio só decolou politicamente porque encontrou como base o terreno fértil da luta anticorrupção. Apesar das mudanças econômicas e de regime político, muitos outros ascenderam com a mesma bandeira. E, infelizmente, hoje vemos a classe política novamente mergulhada no assalto aos cofres públicos, na gestão oligárquica e nos maus costumes político-administrativos. Quase seis décadas se passaram da renúncia, e a política nacional patina na mesma lama. Seriam as “forças ocultas” que atrapalharam Jânio as mesmas que hoje travam os governos e pilotam as falcatruas que escandalizam a nação?

Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo

Palavra do leitor

Ensinamentos
‘Há males que vem para o bem’. Ensinamento popular que serve para todos os povos do mundo, menos o brasileiro. Aqui ensinamos e incentivamos os males de hoje a serem piores amanhã. Quantas gerações ainda perderemos? Faz muitos anos que estamos vivendo processo de imbecilização social; gerando desalento, mediocridade e violência. Infelizmente, alguns meios de comunicação têm contribuído bastante com esta situação calamitosa. Os antigos diziam que precisamos aprender bons ensinamentos com mestres da sabedoria e coração puro. Eu pergunto: Quem são as boas referências do Brasil atual?
José Machado
São Bernardo

Duque de Caxias
As nossas gloriosas Forças Armadas, que sempre foram brilhantemente cumpridoras dos seus deveres em defender a Pátria, hoje, noto uma discordância com a atual postura contrária às bravuras de Luiz Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias). Que tristeza! O bravo Duque de Caxias colocou a sua própria vida em risco para defender o País na guerra contra o Paraguai, e hoje estou notando que na fronteira do Brasil com a Venezuela, no Estado de Roraima, quem está com a vida em risco são os brasileiros, que não estão sendo protegidos pelas autoridades responsáveis em garantir o nosso território. Há invasões livres na fronteira desprotegida pelo Brasil, que não está garantindo a integridade dos seus cidadãos. De quem é a incumbência pela defesa do País e dos brasileiros?
Benone Augusto de Paiva
Capital

Fazendo a diferença
Gerente de RH do então PA (Pronto Atendimento) Bangu, em Santo André, onde deixou um legado inesquecível aos olhos dos pacientes e colegas de trabalho, hoje se destaca junto às necessidades dos moradores de Ribeirão Pires. Sentimos muito sua falta em todos os aspectos de amizade e trabalho, e desejamos que Deus ilumine sua trajetória de vida pessoal e profissional. Parabéns prefeito Adler Kiko Teixeira pela escolha na área da Saúde.
Edson Campelo
Santo André

Casa de David
O projeto Casa de David nasceu em 1962, regando a semente de amor. De lá para cá, tem ajudado muitas pessoas, sempre escrevendo nova história pautada na amizade, partilha, união, acolhimento, respeito mútuo e solidariedade. Esse mesmo trabalho identifica instituição ativa, séria e independente. Faz o possível para manter de pé a sua presença nos lugares de baixa renda. Dentre as maiores obras nos dias de hoje, a Casa de David destaca- se pelo capricho. Nada mais justo que considerá-la modelo de ação comunitária, reconhecida como órgão de utilidade pública. Isso é visto no grande número de pessoas atendidas, nunca deixando de lado a boa conduta dos agentes. Parte das atividades, fora da sede, arrecadam fundos para melhoria das unidades. É o chamado donativo e/ou contribuição voluntária: doações de brinquedos, roupas, calçados, agasalhos, remédios e material escolar. A Casa de David, por certo, é referência especial na sociedade brasileira. Mãos que fazem o bem.
Thiago Valeriano Braga
Guarulhos (SP)

Resposta
Em resposta à carta do leitor Sebastião Carlos de Oliveira (Semáforo e asfalto, publicada na sexta-feira, 17), a Prefeitura de Santo André esclarece que o sincronismo no tempo do semáforo da esquina da Rua Caminho do Pilar e Rua Airó está ajustado para o fluxo de veículos da via com maior movimento, no caso, a Caminho do Pilar. O citado equipamento foi instalado também visando prioritariamente a segurança dos pedestres, que não tinham tempo para atravessar a via. O Departamento de Engenharia de Tráfego informa, ainda, que analisará a possibilidade de melhorar o sincronismo para a Rua Airó. Em relação ao asfaltamento das vias citadas, a Prefeitura desenvolve o Rua Nova, maior programa de recapeamento realizado em Santo André nos últimos 20 anos e que desde o seu lançamento já recapeou 87 mil m² de vias e irá recuperar 200 quilômetros de ruas e avenidas até o fim de 2020. Para isso, um levantamento dos locais é importante, inclusive com os apontamentos dos leitores, para mapearmos as próximas vias a serem contempladas.
Prefeitura de Santo André 




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