Início
Clube
Banca
Colunista
Redes Sociais
DGABC

Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024

Diarinho
>
Religiões
Em busca do bem pelas orações

Diarinho aproveita o Dia Mundial da Oração para mostrar parte da diversidade que existe

Tauana Marin
Diário do Grande ABC
11/03/2018 | 07:00
Compartilhar notícia
Diário do Grande ABC


Rezar, orar, profetizar, meditar ou filosofar. Os nomes podem até ser diferentes, mas o que muitos querem com essas ações é se conectar com algum tipo de força maior, melhorar sua conduta, evoluir espiritualmente e agradecer por tudo. A fé de cada pessoa pode estar ligada a figuras como Deus, Alláh e Buda – além de forças da natureza – que movem o coração de milhões de indivíduos em todo o mundo. Independentemente da religião, doutrina ou filosofia seguida, as vontades são a mesma: paz, amor e respeito.

O Diarinho aproveita a já passada comemoração do Dia Mundial da Oração, celebrada, neste ano, no dia 2 (primeira sexta-feira de março) para mostrar parte da diversidade que existe no Grande ABC. A religião, de forma geral, deixa marcas boas nas crianças, que permanecem mesmo que elas não sigam o mesmo caminho dos pais e familiares na fase adulta. Valores éticos, morais e sociais são levados em conta. Talvez o mais importante seja a questão da fé individual, aquela confiança no que acreditamos e que pode fazer diferença no cotidiano de cada um, apesar das dúvidas e dificuldades que encontramos pelo caminho.

O momento para estar em sintonia com algo ou alguém maior pode ser feito de várias formas. Para o muçulmano Fawzi Farid Chaban, 10 anos, no momento de falar com Alláh é preciso se curvar sobre um tapete voltado para a direção de Meca, destino sagrado na Arábia Saudita onde nasceu o profeta Maomé. “Ao menos uma vez na minha vida preciso ir a Meca, visitar o túmulo sagrado”, conta o menino de São Bernardo. “Uma pessoa de bem, que segue a Alláh, não pode colocar bombas nas pessoas, as matando. Isso vai contra os mandamentos, vai contra o que é correto. Fico com o coração triste e desligo a TV quando vejo isso”, lamenta Fawzi sobre os casos que surgem.

“Deus é divino, por isso precisamos rezar bonito para Ele. Sinto nesses momentos que somos só eu e Deus. Tenho fé Nele e sei que trará coisas boas à minha vida”, conta o judeu Yohnan Benavhram, 11 anos, de Santo André.
A conexão com Deus também é feita por meio da oração do Pai Nosso pela andreense Rafira Melo Menucelli, 11 anos. Para a menina católica, a reza é a mais linda que conhece para falar com o Senhor e deve ser feita de coração aberto.

Para Giovana Gonçalves de Oliveira Moura Bueno, 10 anos, não há figura específica dentro do budismo que motive a fé, mas, sim, ação mística que rege todo o universo. “Nosso ‘Deus’ seria essa força, não tendo forma nem gênero. Nos concentramos nas orações e acreditamos que todos podemos alcançar o Estado de Buda (condição que lhe permite compreender a verdadeira essência da vida por meio de situação de total pureza) ainda nesta existência.” A fé move montanhas e atrai o bem.

Diversidade por todo o mundo

O número de religiões, doutrinas, crenças e filosofias espalhadas pelo mundo é muito grande. Com a população global ultrapassando a marca de 7,6 bilhões de pessoas, não é difícil de imaginar que cada um faça sua escolha de fé.

Segundo pesquisas, o cristianismo faz parte da vida de 2,2 bilhões de indivíduos, aparecendo como a religião mais ‘popular’. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentam o Brasil no patamar de maior nação católica do planeta, com cerca de 1,7 milhão de fiéis. O País ainda conta com grande número de evangélicos e espíritas.

Na lista mundial, o segundo lugar é ocupado pelo islamismo (que representa os muçulmanos), somando ao menos 1,6 bilhão de seguidores. O hinduísmo (900 milhões, aproximadamente) se faz muito presente na Índia, assim como o sikhismo (20 milhões), por exemplo. <EM>Na Ásia, é possível encontrar a ‘religião tradicional chinesa’, dividida em diferentes e antigas crenças no país oriental. O budismo é a principal doutrina em vários países, como Camboja e Tailândia, além de aparecer como segunda maior crença entre os japoneses.

Sophia Botelho, 7 anos, frequenta a igreja evangélia, a Batista do Calvário,em Santo André, desde que nasceu. Atualmente, ela faz parte das atividades da evangelização infantil. “Sempre brincamos e aprendemos sobre o que está escrito na Bíblia. É preciso seguir os ensinamentos para ficar longe do que é pecado e ter o coração limpo”, diz. Todas as noites, a garota lê passagens bíblicas com os pais, sempre discutindo os ensinamentos escritos.

O passatempo preferido do judeu Yohnan Benavhram, 11 anos, é o estudo da Torá, livro sagrado ditado por Deus a Moíses. Ele conta que os homens judeus usam a Kipá (tipo de chapéu), forma de lembrar que Deus está acima deles. Detalhe que a alimentação do povo judeu também segue as leis da Torá, com destaque para os cuidados que precisam ter com os animais e a higiene da carne. Para a vida, tem sonho grandioso: “Desejo ter boa esposa e filhos inteligentes, que sigam o judaísmo”.

Rafira Melo Menucelli, 11 anos, frequenta a Igreja Nossa Senhora de Fátima, em Santo André, e está prestes a terminar a catequese. Em abril, fará a primeira eucaristia. “Vou receber o ‘corpo’ de Cristo, simbolizado pela hóstia (feita de farinha)”, conta. Para os católicos, o batismo no nascimento e a primeira eucaristia, assim como o Crisma e o casamento, reafirmam a fé. Ela diz que estudar os mandamentos traz conforto. “Sei que Deus tudo pode.”

Descendente de libaneses, Fawzi Farid Chaban, 10 anos, de São Bernardo, é muçulmano e sempre teve Alláh (palavra utilizada no árabe para designar Deus) como orientador. “Por meio do profeta Mohammad, Ele deixou o Alcorão, o livro sagrado. Lá está escrito como devemos viver e o que é haram (coisas proibidas).” Dentre suas obrigações estão rezar cinco vezes ao dia e não comer carne de porco. “Minha religião é como todas. Tem suas diferenças, mas Deus é único.”

Giovana Gonçalves de Oliveira Moura Bueno, de 10 anos, de São Bernardo, é ligada à filosofia oriental há
três anos e foi convertida a vertente do budismo chamada de BSGI. Por meio dos ensinamentos, ela busca paz e vigiar seus pensamentos e ações. “O objetivo é ter equilíbrio. O que iluminarmos dentro de nós é o que comanda nossas ações.”  No budismo há a lei da causa e efeito, ou seja, tudo o que a pessoa faz (de bom ou ruim) gera consequência quase que instantânea.

Consultoria de Eber Borges da Costa, pastor da Igreja Metodista e professor do curso de Teologia da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), de São Bernardo. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.