História foi celebrada com missa que contou com presença de coral do Mosteiro de São Bento
Há 300 anos os monges beneditinos davam início à construção da Paróquia São Caetano (na Praça Comendador Ermelino Matarazzo), da então Fazenda Beneditina Tijucuçu, que mais de 150 anos depois se tornaria o município tal qual é conhecido hoje.
E para celebrar o marco, na noite de ontem, uma missa foi celebrada no local, com a participação de diversas autoridades religiosas e municipais, como o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB), na companhia da primeira-dama Denise Auricchio, alguns vereadores, entre eles o presidente da Câmara, Pio Mielo (PMDB), o bispo da Diocese de Santo André, dom Pedro Cipollini, e dom Abade Matthias Tolentino Braga, do Mosteiro de São Bento.
“A capela é um marco arquitetônico que demonstra a nossa história ao longo de 300 anos. A gente tem o hábito da memória, a comemoração nos últimos anos da autonomia da cidade, mas temos uma história mais longa que remonta três séculos e, talvez, a marca maior deste movimento está exatamente no espaço arquitetônico que é a capela representada. E hoje nós comemoramos isso”, celebrou Auricchio.
O ponto alto da celebração foi a participação do Coral de Canto Gregoriano da Ordem, formado pelos monges de São Bento. Essa foi a primeira vez desde 1877 que vozes beneditinas foram ouvidas sobre o mesmo chão da antiga capela, demolida em 1900 para edificação da igreja atual.
O ato teve início com o professor José de Souza Martins, estudioso do tema há mais de 60 anos. Ele leu um documento de um abade de 1772 no qual descreve a arquitetura da igreja com riqueza de detalhes durante a reconstrução da capela e que foi encontrado pelo professor há cerca de dez anos nos remanescentes dos arquivos do Mosteiro São Martinho de Tibães, em Portugal. “A ideia é revigorar a memória histórica de São Caetano, que é claudicante nesta questão da presença beneditina aqui durante 246 anos. É uma obra de civilização completamente esquecida. Um ato como esse ajuda a pensar criticamente no esquecimento”, explicou o professor.
Já para dom Pedro, a importância da capela na cidade está na origem. “Está no começo, no que marca, que foi motivação da presença da igreja aqui e uma série de outras coisas que na época a igreja levava avante, como a catequese dos índios, a cultura, escolas, trabalho”, declarou. Para o abade Mathias, descendente dos monges que estiveram em São Caetano, a cidade é uma síntese da história do Brasil. “Tem muitos municípios em São Paulo que surgiram com a estrada de ferro, com a produção de café e São Caetano nasce deste período”, acrescentou.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.