Você já ouviu falar da indústria 4.0 (quatro ponto zero)? Este conceito significa um novo paradigma no campo das grandes revoluções industriais e abrange as maiores inovações tecnológicas na área de automação, controle e TI (Tecnologia da Informação) – aplicadas aos processos de manufatura. Com fábricas cada vez mais inteligentes, certamente teremos um impacto imensurável em diversos mercados.

Assisti esses dias a um vídeo que repercutiu nas redes sociais, de robôs que trabalham no depósito da loja virtual Alibaba na China. São 60 robôs, que aumentaram a produtividade da empresa em 300%. Quando alguém faz um pedido pelo site, o robô localiza o produto e o pega em um espaço com mais de 32 mil estantes. Eles conseguem carregar até 500 quilos e possuem um sistema de laser para evitar batidas. Quando a bateria fica fraca, o próprio robô vai até o sistema e se autocarrega. Eles realizam 70% do trabalho do depósito.

Este exemplo mostra como, com a eclosão da IoT (Internet das Coisas), dos serviços e dos sistemas cyber físicos, os processos produtivos se tornarão cada vez mais autônomos, eficientes e customizáveis.

A IoT, ou internet of things é a conexão em rede de objetos, ambientes, veículos e máquinas por meio de dispositivos eletrônicos que permitem a coleta e a troca de dados. Os big datas analytics são estruturas de dados muito extensas e complexas. Aplicada à indústria 4.0, esta tecnologia consiste em seis ‘Cs’ para lidar com as informações relevantes: conexão, cloud (nuvem), cyber (modelo e memória), conteúdo, comunidade (para compartilhar informações) e customização.

Pesquisas desenvolvidas por entidades norte-americanas já apontam profissões relacionadas à indústria 4.0 como as mais bem cotadas do mercado, como é o caso de cientistas de big data. Ao mesmo tempo, profissões como repórteres de jornais impressos, têm se tornado cada vez menos cotadas, já tendo profissionais substituídos por máquinas que apuram e organizam informações. Um novo perfil irá emergir com a quarta revolução industrial. Para trabalhar no chão de uma fábrica digital será preciso desenvolver competências.

Uma pesquisa da consultoria Roland Berger estima a falta de mais de 200 milhões de trabalhadores qualificados no mundo, nos próximos 20 anos. O mundo da indústria 4.0 requer pessoas muito mais qualificadas. Técnicos deixarão de exercer funções repetitivas. Isso não significa, porém, que os funcionários serão eliminados das linhas de produção. Eles ficarão concentrados em tarefas estratégicas e no controle de projetos.

É difícil dizer com certeza como o futuro vai parecer ou como as pessoas vão trabalhar com todos esses avanços. A tecnologia tem avançado cada vez mais rapidamente e é um desafio para o mercado de trabalho acompanhar o ritmo para também criar empregos. O fato é que as novas tecnologias também trazem oportunidades e novos modelos de negócio. É importante nos mantermos atentos.