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Exportação de calçado cai, mesmo com alta do dólar
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17/08/2014 | 16:30
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Nem mesmo a valorização de 2,7% do dólar frente o real em julho foi capaz de evitar mais uma queda nas exportações brasileiras de calçados. No mês passado foram embarcados 8,24 milhões de pares que proporcionaram receita de US$ 86,36 milhões, 6,3% menos do que em julho de 2013. No acumulado de janeiro a julho, se comparado a igual período do ano passado, a queda foi de 3,1%, sendo embarcados 71,9 milhões de pares por US$ 608,72 milhões.

Os Estados Unidos continuam como principal comprador e entre janeiro e julho somaram US$ 107,14 milhões em compras do Brasil, resultado 3,6% superior ao mesmo período de 2013. Já a Argentina, mesmo em queda brusca nos negócios, mantém-se como segundo mercado do sapato brasileiro. Nos sete meses do ano comprou US$ 44 milhões, 35% a menos do que igual período do ano passado.

Heitor Klein, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), diz que a situação poderia ter sido ainda pior no que se refere ao mercado externo, mas isso não ocorreu graças aos norte-americanos, que no mês passado compraram 8,5% a mais que em julho de 2013.

Para ele, o Brasil está sem condições de competir no exterior. "Mesmo com a valorização gradual do dólar sobre o real não conseguimos melhorar os resultados", afirma. Klein diz que o setor ainda está abalado pela perda da Argentina, o seu segundo principal mercado. E não foram apenas os argentinos que passaram a negociar menos, pois a França - terceiro consumidor do calçado brasileiro, reduziu as compras em 11% de janeiro a julho deste ano.

Entre os Estados exportadores de calçados, o Rio Grande do Sul lidera tendo embarcado, entre janeiro e julho deste ano, 9,8 milhões de pares por US$ 222,93 milhões - queda de 2,7% ante o mesmo período de 2013. O segundo maior exportador é o Ceará, seguido por São Paulo, que viu suas receitas caírem 11% em julho.

Se as exportações caíram, com as importações não foi diferente, sendo registrada queda de 25% em julho. "O resultado reflete a queda no consumo, o endividamento cada vez maior dos brasileiros e uma inflação em alta", explica Klein.

Ele diz que não houve recuperação alguma depois da Copa do Mundo e a expectativa para o futuro não é boa. "A eleição é um fenômeno atípico que, da mesma forma, produzirá efeito negativo nas vendas do varejo. Infelizmente, a previsão é de que 2014 seja um ano complicado para a indústria calçadista do início ao fim".




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