Memória Titulo Memória
Os blocos andreenses. Espontâneos. Sem subvenções
Por Ademir Medici
06/02/2018 | 07:00
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“Pode parecer estranho, mas quem trouxe o Carnaval para cá foram nossos descobridores, os portugueses, com certeza. Eles comemoravam o entrudo, uma espécie de farra em que os envolvidos molhavam-se uns aos outros com limões de cheiro. Para tal, eles usavam seringas, bacias e até baldes. Não havia música. Só confusão e briga, muita briga.”

Cf. Milton Parron, projeto Memória, Band 2018.

Na retrospectiva dos 30 anos de Memória, o Carnaval. A reunião de tudo o que se escreveu e mostrou sobre o tema daria um almanaque que homenagearia cidadãos de todas as áreas. Um livro para compreender a própria evolução do Grande ABC.

Vejam as fotos de hoje. O cenário: Rua Coronel Oliveira Lima, no Centro histórico de Santo André. Não havia calçadão. A rua era calçada com paralelepípedos. Havia quintais vazios. Estabelecimentos sem terraço que davam diretamente para a calçada. Aqueles muros, aquele poste de ferro, provavelmente do início da eletrificação na cidade.

E havia Carnaval de Rua


CARNAVAL DE RUA

O Carnaval de Rua de Santo André demorou a ser oficial. Mas sempre existiu. Os blocos eram formados e os foliões saíam. Estamos revendo o Bloco do Zorro, em 1950, que Memória documentou no Carnaval de 1988.

À frente do bloco, Augusto Thomaz Ferreira, o popular Bico Doce. Ele era funcionário da Funerária Pagano, de José Pagano, que ficava nesta mesma Oliveira Lima no espaço depois ocupado pela unidade pioneira do Grande ABC da Lojas Americanas.

Quem nos cedeu essas imagens foi a filha do Bico Doce, Rosa Maria. Ela lembrou, 30 anos atrás, de alguns colegas do pai que saiam no Bloco do Zorro: Manias, Cantamessa, Assunção, Prearo.

O Carnaval começava à tarde nas ruas centrais. Homens vestidos de mulheres e meninos acompanhando as evoluções, como se vê nas fotos.

TRAILER

Os blocos de Santo André vêm de tempos bem antigos. Na década de 1950 começaria o período de ouro do Carnaval de Rua de Santo André, com a célebre disputa entre os ranchos do Panelinha e Ocara.

Num segundo momento, o tempo das escolas de samba, com altos e baixos – e estamos vivendo a temporada dos “baixos”, sem desfiles oficiais e concursos promovidos pela Prefeitura. Mas há esperança, como veremos nesta série carnavalesca do presente ano de 2018.

AUGUSTO THOMAZ FERREIRA

Apelido: Bico Doce

Nascimento: São José dos Campos, 1911

Santo André: 1916

Escola: curso primário no I Grupo Escolar de Santo André

Carreira: Arames Cleide dos Guazzelli. Motorista dos Suplicy em Santos. Motorista de ônibus no ABC. Gerente da Funerária Pagano

O esportista: um dos primeiros nadadores do Aramaçan

Esposa: dona Odete

Filha: Rosa Maria Ferreira

Falecimento: Santo André, 1986

Diário há 30 anos

Sábado, 6 de fevereiro de 1988 – ano 30, edição 6669

Manchete– Centrão paralisa a Constituinte.

Estradas– Dersa informa que a Imigrantes será duplicada este ano.

Carnaval 88–  Bandas na rua. A região já vive o clima de folia. Desfila o bloco do Panelinha, em Santo André, e blocos no Quarteirão do Sossego, em São Bernardo.

Memória– A coluna iniciava uma série focalizando o Panelinha de Santo André e suas grandes conquistas nos embates com o Ocara. Verdadeiras preciosidades fotográficas graças à gentileza do Dr. Rubens Awada, o “Bimbo”, como é carinhosamente chamado pelos amigos. Em álbum cuidadosamente elaborado, o nosso colaborador guardou até mesmo confetes e pedaços de serpentinas. Algo maravilhoso que registra grandes momentos do Carnaval de Rua de Santo André, verdadeiras cenas do melhor do teatro em praça pública. Carnaval que chegou a ser exibido ao vivo pela televisão de então.

Prezado Dr. Rubens Awada, difícil acreditar que aquela série completa 30 anos aqui em Memória.

Em 6 de fevereiro de...

1818 – Dom João VI é aclamado Rei de Portugal, Brasil e Algarves.

1917 – Instalado o Juízo de Paz de São Caetano.

1918 – Morre em acidente no Caminho do Mar, entre Rio Grande e o alto da serra, o norte-americano Martin Graham Sleight, diretor-gerente em São Paulo da Goodyear.

Ele seguia rumo a Santos quando, numa curva, perdeu a direção do veículo, um Studebaker. O automóvel capotou e o motorista morreu no local.

O acompanhante, Alfredo Thome Torres, procurador da Fazenda no Rio de Janeiro, nada sofreu.

O acidente foi comunicado a São Paulo por telefone, diretamente do Rio Grande, e o delegado Rudge Ramos atendeu a ocorrência.

NOTA – O Caminho do Mar estava sendo restaurado pelo próprio Dr. Rudge Ramos e o local do acidente já estava todo pavimentado.

O Brasil na guerra. Do noticiário do Estadão: embarcações pertencentes a uma empresa alemã sequestradas no Rio Grande do Sul.

1933– Circula o número 1 do jornal A Corneta, artesanal, em folha frente e verso, para dar notícias da Associação Atlética Audax, de Santo André.

Hoje

Dia do Agente de Defesa Ambiental


Municípios Brasileiros

Celebram aniversários em 6 de fevereiro:

No Rio de Janeiro, Araruama

Em Sergipe, Japoatã e Umbaúba

Fonte: IBGE

Santos do Dia

Santa Dorotéia. Viveu em Cesaréia, capital da província romana da Capadócia. Por ser cristã, foi martirizada no ano 304. É considerada a santa das flores.

Gastão 

Paulo Miki e companheiros (mártires japoneses do século 16).




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