Início
Clube
Banca
Colunista
Redes Sociais
DGABC

Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024

Turismo
>
Cidade dos extremos
Montreal oferece várias atividades culturais

Com estações do ano definidas, é possível conhecer, e se encantar, com todas as facetas de Montreal

Por Marcela Ibelli
Do Diário do Grande ABC
12/12/2019 | 07:09
Compartilhar notícia
Pixabay


Termômetros que chegam a marcar de - 40ºC a 37ºC. Árvores que parecem pinturas com flores nos galhos ou folhas no chão. A poesia das estações do ano escrita pelas mãos da natureza deixa qualquer um de boca aberta. Montreal, da província de Quebec, segunda cidade mais populosa do Canadá, tem esse poder.

Além disso, a oferta de atividades culturais, a valorização das pesquisas científicas e investimentos na educação, a mistura de obras históricas com modernas construções e, principalmente, a liberdade de ser quem se é atraem turistas do mundo todo, entre eles, cada vez mais brasileiros. “É uma cidade open mind. Sinto que aqui se pode curtir, passear e conviver em sociedade sem ser julgado ou medido da cabeça aos pés”, revela Elaine Teixeira Soares, 46 anos, brasileira residente em Montreal desde 2008.

De acordo com dados da Air Canadá, a busca pelo destino pelos brasileiros aumentou 75% nos últimos anos. Muito tem a ver com o preço do dólar canadense – R$ 3,13, enquanto o norte-americano giram em torno de R$ 4,30 – e a respeitável lista de instituições de ensino de boa qualidade procuradas pelos jovens daqui – exemplo é a Universidade McGill.

“Montreal é uma das principais cidades do mundo para esse objetivo. Além disso, é plural, criativa, gastronômica. O governo estimula muito o desenvolvimento, as pesquisas. As empresas estão investindo. Quem foi sempre recomenda e é por isso que a procura tem crescido”, explica Thaís Aun, do consulado do Canadá no Brasil. “O brasileiro se sente em casa lá por conta do nosso jeito. É um povo que cumprimenta com beijos na bochecha, são animados.”

A cidade, formada em sua maior parte pela Ilha de Montreal e outras periféricas muito menores em torno do Rio São Lourenço, recebeu colonização francesa (foi fundada em 1642). Porém, o domínio da França durou só até 1760, quando as colônias foram entregues à Inglaterra.

O destino é considerado bilíngue – lá se fala o francês, mas dá para se virar bem em inglês. Aliás, esses dois lados são bem ‘separados’ e formam ‘rixa’ saudável, o que deixa tudo ainda mais charmoso. Em um só passeio a pé dá para se sentir na França ou na Inglaterra. O Boulevard St.Laurent, por exemplo, separa o local entre Oeste anglófono e Leste francófano.

QUANDO IR?

A melhor época do ano para conhecer Montreal? Todas. Na verdade, depende muito do gosto pessoal, mas cada estação tem a sua atração. No inverno, as estações de esqui – como a Mont-Tremblant – ficam lotadas, assim como as popularmente chamadas ‘cidades subterrâneas’ (cerca de 30 quilômetros), que nada mais são do que grandes centros comerciais construídos embaixo para que as pessoas aguentem as baixíssimas temperaturas. “Se for sair de carro é essencial se programar. Pode ser que fique horas tirando a neve quando voltar. Mas a decoração de Natal, por exemplo, é magnífica. Sempre fico encantada e me sinto naqueles filmes de Sessão da Tarde de dezembro”, compara a brasileira Elaine.

No verão, ainda segundo ela, as pessoas ficam muito animadas e, os parques, abarrotados. É quando acontecem os grandes eventos, como o tradicional Festival de Jazz (em 2020 será de 25 de junho a 4 de julho), que entrou no Livro dos Recordes como o maior do estilo no mundo. Na primavera as pessoas fazem questão de cuidar com ainda mais carinho dos jardins das casas, que ficam impecáveis; e no outono quem dá show são as multicoloridas árvores. “Não tem como não sair apaixonado daqui. Já não sou turista há anos, mas continuo me encantando com cada detalhe de Montreal”, finaliza Elaine.


Parques e museus fazem alegria dos turistas

São mais de 100 parques em Montreal de diversos tamanhos e que oferecem suas próprias atividades. Um dos mais tradicionais é o Mont-Royal. Segundo a brasileira Elaine Teixeira Soares, moradora da cidade, nos domingos de verão as pessoas se reúnem para fazer música ao ar livre em tambores que ficam à disposição. Outro passeio imperdível é o Jardim Botânico. É um dos maiores do mundo, com 22 mil espécies de plantas, dez estufas de exposição e 20 jardins temáticos ao longo de seus 75 hectares.

O ponto turístico favorito da psicóloga de formação é o Oratório de Saint-Joseph. Aberto em 1956, tem 105 metros de comprimento e nave de 37 metros de altura. O local recebe, anualmente, mais de 2 milhões de visitantes. Outra passagem obrigatória é a Basílica de Notre-Dame, em Ville-Marie. Construída entre 1823 e 1829, tem estilo neogótico. Passe também na catedral Maria Rainha do Mundo (Marie-Reine-du-Monde) e na Basílica de Santa Ana de Beaupré.

Quem gosta de estilo mais clássico não pode deixar de reservar horas para o centro antigo (Vieux-Montréal). É lá onde está o Marché Bonsecours, um dos prédios mais belos da cidade, com lojas, barzinhos e cafés. Siga até o Vieux-Port (o porto), que se estende por dois quilômetros pelo Rio São Lourenço e vá à praia urbana (sim, praia!) Plage de l’Horloge, próxima à famosa torre do relógio.

Quem gosta de construções modernas não pode deixar de visitar o Estádio Olímpico, feito para abrigar os Jogos Olímpicos de Verão de 1976 e que, por 33 anos (1977-2004), serviu de casa para o time de basebol da MLB Montreal Expos (atual Washington Nationals).

A Biosfera de Montreal é outro cartão-postal. Trata-se de museu dedicado ao meio ambiente no Parc Jean-Drapeau. Foi projetada por Buckminster Fuller em 1967 com escultura em escala urbana criada por Alexander Calder. Na lista dos museus favoritos entra também o de arte contemporânea, o MAC. O acervo abriga coleção permanente de mais de 8.000 obras de artistas canadenses e internacionais, com interação multimídia, apresentando arte moderna e vanguardista de 1939 para frente.


Oferecer boa gastronomia é cortesia dos canadenses

Nem precisa dizer que o menu de um destino interfere – e muito – na impressão que o turista fica do local escolhido, certo? Além da alta gastronomia, influenciada por diversas cozinhas do mundo todo, já que Montreal recebe gente de tudo quanto é canto do planeta, existem alguns pratos que são a cara da cidade.

Apaixonados por café vão passar bem. Os canadenses adoram a bebida. Marque aí alguns para conhecer, se não gostar, pelo menos vai conseguir tirar boas fotos para as redes sociais: Osmo, Parvis, La Dépendance, Crew Collective, Farina e o Humble Lion.

Os pratos tradicionais são o poutine, que leva batata frita salpicada com bastante queijo, mergulhadas no molho gravy (caldo de carne). Tem também a smoked meat (carne defumada), a peameal bacon (espécie de bacon coberto com farinha de milho) e o simples macarrão com queijo.

Experimente os bagels, parecidos com pães que podem ser encontrados doces e salgados com diversas coberturas. Ah, claro. O maple syrup (xarope doce) é colocado em tudo, desde panquecas a frutas.

Existem baladas bacanas (New City Gás e Café Campus), mas todas fecham pontualmente às 3h. Por outro lado, restaurantes como o Schwartz’s e o La Banquise ficam abertos 24 horas.


Guia de viagem

COMO IR

Ficou mais fácil ir até Montreal. Agora tem voo direto – são nove horas de percurso – com saída de São Paulo pela Air Canadá. A aeronave parte do aeroporto de Guarulhos toda segunda, quinta e de sábado, às 8h40, com chegada prevista às 16h45. O caminho contrário será feito às quartas, sextas e aos domingos, com partida às 18h35 e chegada no Brasil às 6h30. A rota será abastecida pelo Boeing 787-9 Dreamliner, com 298 assentos.

Para saída em 25 e retorno em 29 de janeiro, a tarifa para voo sem escalas sai por CAD$ 1.606,31 (dólares canadenses), ou R$ 5.027,75.

Outra novidade é que a companhia vai oferecer até cinco dias de stopover para quem chega ou sai de São Paulo para voos com escalas.

COMO ENTRAR

É preciso tirar documentação que permite a entrada de brasileiros em todo território canadense. Uma das opções é o visto temporário com validade de dez anos. Pode ficar na cidade por até seis meses.

Para os que já visitaram o país nos últimos dez anos a opção é o eTA (Eletronic Travel Authoization), que passou a funcionar desde 2017. Também é para quem tem visto norte-americano válido. Custa CAD$ 7 (R$ 21,91).

Dá para fazer tudo on-line. Para entrar no Canadá, independentemente do documento, é preciso fazer cadastramento da biometria. Informações no site da imigração canadense no Brasil: www.canada.ca.

ONDE FICAR

Como toda cidade grande, tem hospedagem para todos os bolsos, que vão desde os hostels (ou bed & breakfast), a grandes e luxuosos hotéis. Mas a moda por lá é ficar em locais reservados pelo Airbnb. Procure por locais no Centro (Ville-Marie) e, por lá, especificamente no Vieux-Montréal, parte mais antiga. As diárias dos hotéis por ali variam de R$ 250 (Hotel de Paris Montreal) a R$ 450 (Hilton Garden), com café.

QUANDO IR

As principais festas, festivais e datas comemorativas são:

Dia 1º de Julho – Dia do Canadá. O feriado federal é comemorado com queima de fogos e festivais.

Dia 9 de outubro – Dia de Ação de Graças. Feriado nacional, em que as as famílias se reúnem para saborear peru assado e agradecer.

Dia 11 de novembro – Dia da Recordação. É extremamente importante ao país e é dedicado aos veteranos das forças armadas que fizeram parte de alguma das batalhas em que o Canadá. O dia é simbolizado pela flor de papoula, usada na roupa por boa parte da população. A tradição sugere que às 11 horas e 11 minutos do dia 11 de novembro cada um preste homenagem ficando dois minutos em silêncio.

MAIS

Para outras informações, acesse o site www.mtl.org.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.