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Quinta-Feira, 18 de Abril de 2024

Educação em números
Por Silvia Cristina Okabayashi
30/11/2019 | 07:00
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Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que em 2018 a taxa de frequência escolar líquida ajustada da população residente de 6 a 24 anos de idade para o ensino superior, no Brasil, é de pouco mais de 25%. No Sudeste, o percentual figura em torno de 27%. Isso significa que cerca de um quarto da população de 18 a 24 anos estava matriculada no ensino superior no ano passado. Contudo, quando analisado o nível de instrução das pessoas com 25 ou mais anos, apenas 16,5% têm ensino superior. Também é interessante observar que a frequência escolar vai diminuindo com o passar dos anos.

No Brasil, 96% das crianças entre 6 e 10 anos estão matriculadas nas escolas, mas, quando chegam no ensino médio, o percentual cai significativamente. Entre jovens de 15 a 17 anos, apenas 70% frequentam as escolas. Quando observamos homens e mulheres matriculados no ensino médio, homens são minoria, pois apenas 64,5% estão matriculados nessa etapa do ensino, enquanto as mulheres são 74,4%.

Daqueles que se encontram no ensino médio, 87% integram a rede pública. Este indicador apresentou crescimento de 1,2 ponto percentual de 2016 a 2018, o que pode sugerir uma migração da rede particular para a pública em razão da queda do rendimento da população e das elevadas taxas de desemprego. No Estado de São Paulo esse percentual é menor, pois 80,6% estão na rede pública, enquanto 19,4% estão na rede particular.

A taxa de analfabetismo no País em 2018 foi de 6,8%, sendo o maior percentual notado no Nordeste, com 13,9%. Contudo, há que se destacar que nos últimos três anos foi a região que apresentou maior queda, com redução de 0,9 p.p.

Ao mesmo tempo, também é interessante levantar alguns dados de rendimento no Brasil para evidenciar pontos importantes da educação e da distribuição de renda. Você sabia que mais de 80% dos domicílios brasileiros sobrevivem com uma renda per capita de até dois salários mínimos?

E que o rendimento domiciliar per capita médio vai aumentando em razão do nível de escolaridade? Em 2018, os homens que tinham ensino superior completo percebiam renda média de R$ 4.125, quatro vezes mais do que aqueles que tinham ensino fundamental completo.

Nesta observação, nota-se a importância do nível de escolaridade para o aumento de renda e, consequentemente, para melhoria na distribuição de renda do País.

O índice de Ginii no Brasil comprova que ainda temos muito a caminhar para alcançar bom nível de distribuição de renda. Desde 2016, o indicador vem apresentando crescimento, o que não é bom sinal, pois significa que estamos aumentando o nível de concentração de renda. Em 2018, o índice era de 0,545 no Brasil.

Quando observamos números da educação e de rendimento no Brasil notamos que temos muito para avançar e melhorar os níveis de instrução. Isso deve contemplar não somente o número de anos de estudo, mas, também, a qualidade do ensino para que possamos alcançar mais qualificação e melhores condições de emprego e renda. Somente dessa forma podemos pensar em atingir melhores condições de desenvolvimento econômico e social.

*Índice de Gini é um instrumento para medir o grau de concentração de renda em determinado grupo. Ele aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.

Numericamente, varia de zero a um. O valor zero representa a situação de igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda. O valor um (ou 100) está no extremo oposto, isto é, uma só pessoa detém toda a riqueza. (Ipea, 2004) 




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