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Sexta-Feira, 26 de Abril de 2024

Palavra do Leitor
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Palavra do Leitor
Precisaremos de mais comida do mar
Do Diário do Grande ABC
12/09/2020 | 16:48
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Estima-se que em 2050 a população mundial estará próxima de 10 bilhões. Para dar de comer a essas pessoas, será necessário expandir a produção de alimentos, o que é possível, mas com sérios riscos ao meio ambiente em termos de poluição, mudanças climáticas, disponibilidade de água e biodiversidade. Visando buscar soluções para esse problema, grupo de pesquisadores desenvolveu estudos cujos resultados acabam de ser tornados públicos pela revista Nature, no artigo ‘The future of food from the sea’. Mostram que a produção de alimentos vindos do mar poderia crescer entre 36% e 74%, ou de 21 milhões a 44 milhões de toneladas anuais até 2050, sem causar danos ao meio ambiente, desde que adotadas práticas sustentáveis na pesca e na aquicultura, a criação de animais marinhos. Não estão computadas as plantas aquáticas que podem servir como alimento.

Isso faria com que o mar passasse a fornecer 25% da proteína animal consumida no mundo, ao invés de 17% atuais. Vantagem dos alimentos de origem marinha é que contêm micronutrientes que não são comumente encontrados em alimentos produzidos em terra; dessa forma, seu uso contribuiria para alimentação mais saudável. Quase todo esse aumento poderia vir da aquicultura, com pesca convencional não devendo registrar alta considerável. Movimento similar ao que aconteceu com proteína animal proveniente de terra firme: muito pouco vem da caça, quase toda de criações. Pesquisadores constataram que a aquicultura pode ser estimulada, sem que o meio ambiente sofra impactos negativos, desde que adotadas boas práticas na exploração. Ponto interessante nessa área é a alimentação das espécies criadas em ambientes de aquicultura: até muito recentemente, alimentação básica era baseada em subprodutos da industrialização de peixes capturados no mar por métodos convencionais.

Outras fontes de alimentos, quase sempre subprodutos da industrialização de alimentos de origem terrestre, vem sendo usadas na aquicultura, com sucesso. Como criação de salmões, que no início dos anos 1990 tinham 90% de sua alimentação proveniente do mar; atualmente esse número está em 25%. No que se refere à pesca convencional, seria necessário passar a buscar espécies pouco valorizadas – outras, como salmão, atum, bacalhau e lagostas, já vêm sendo exploradas de forma irracional e correm perigo de extinção. Medidas precisam ser tomadas para que esse cenário se concretize, como estabelecimento de sólida regulamentação supranacional e mecanismos que evitem transgressões. Recursos tecnológicos devem ser desenvolvidos e aportados; métodos de gestão e logística, aperfeiçoados e a pesquisa na área, estimulada.

Vivaldo José Breternitz é doutor em ciências pela USP e professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

PALAVRA DO LEITOR
Combate à fome
Para acabar com a fome no Brasil, em São Paulo e no Grande ABC seria preciso a efetivação de pelo menos uma destas alternativas ou a aplicação combinada de parte delas: reduzir gastos militares, incentivar dieta vegetariana, reduzir o consumo de drogas, bebidas alcoólicas e do gasto em jogos, combater atravessadores e especuladores de alimentos, reduzir os desperdícios de alimentos, reduzir o crescimento populacional não desejado, repartir melhor o pão entre os cidadãos e cidadãs e criar políticas de pleno emprego com trabalho decente. Evidentemente, na teoria é fácil acabar com a fome. O difícil é mexer com os inúmeros interesses pessoais, locais, grupais, regionais e nacionais envolvidos. Cada pessoa pode e deve fazer sua parte. Mas sem políticas macroeconômicas e institucionais, envolvendo todos os Estados e seus municípios, o problema da fome e da degradação ambiental não será resolvido. Se, após a pandemia e as eleições, todas as pessoas do Brasil tiverem emprego decente e renda então também terão dinheiro para colocar comida na mesa.
José Lourenço Pechtoll
Santo André

Mais um circo do Planalto
Quando somos informados que o Ministério da Justiça notifica e deseja uma resposta urgente dos supermercados pela alta nos preços dos alimentos, espero estar errado, mas vejo como uma jogada rasteira do Planalto, para evidenciar que o presidente está preocupado com o povo. E não está! Se realmente estivesse, em 2019 teria evitado graves crises institucionais, e alavancado o PIB, que foi de medíocre 1,1%, e, idem, na criação de empregos. Por outro lado, fica evidente que é um governo que não respeita o mercado. Se respeitasse, não estaria utilizando o Ministério da Justiça para falar com os representantes dos supermercados. Esta ação do presidente é intimidatória! Um literal circo, de quem, como Bolsonaro, se recusa a dialogar. Se não fosse para intimidar os supermercadistas, teria a resposta desta alta dos preços com sua ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Que já declarou que não faltarão alimentos.
Paulo Panossian
São Carlos (SP)

STF sob nova direção
O novo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, nos deu esperança de dias melhores. O STF, sob nova direção, prometeu agilidade, imparcialidade, modernização via informática, fortalecer o combate à corrupção. Precisa findar a perigosa tendência de bandido virar mocinho e mocinho virar bandido no arrefecimento no combate à corrupção. Que, com Fux, prevaleça o bem, e que supere os contra-ataques a que se exporá.
Humberto Schuwartz Soares
Vila Velha (ES)

Nos nossos cantos
Neste período em que ficamos apreensivos, com medo de vírus que cruzou oceanos e chegou sorrateiro em tudo quanto é canto, espalhado sabe-se lá como, amedrontando nosso caminhar, nossos empregos, nossas aulas e nossa vida cotidiana, nos recolhemos em nossos cantos. Não sabemos por qual motivo tínhamos que nos esconder em nossos recônditos, mas o fizemos. Nós pouco sabemos deste vírus, desta doença. Mas e as outras? Deixaram de existir? Suas formas de contaminação desapareceram ou, no mundo, hoje só existe a Covid-19?
Gregório José Lourenço Simão
Capital

Rivalidade
O belo passeio do escrete esmeraldino na noite de quinta-feira “batizou” definitivamente o estádio de nossos rivais: Arena Quimicão (Esportes, ontem).
Edvaldo Vassaz
Santo André

Morte da Lava Jato
O procurador Augusto Aras segue na sua luta para enterrar de vez a Lava Jato. A operação, que tinha mais um ano pela frente, vem sendo asfixiada e sofre mais um golpe. Sua morte foi anunciada, com uma sobrevida de pouco mais de quatro meses. A Lava Jato, patrimônio dos brasileiros, é a maior iniciativa de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da história do Brasil, iniciada em 2014, motivo de orgulho aqui e em outros países. Mas, no Brasil, o que é bom não vinga. Matar a Lava Jato significa encobrir aqueles que roubaram e roubam o País.
Izabel Avallone
Capital

Franquias
O Rio de Janeiro está tão contaminado com a corrupção, que sai um governador corrupto e entra outro no mesmo esquema, usando o escritório da primeira-dama. A sorte dos cariocas é que este foi pego logo no início da gestão.
Tania Tavares
Capital




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